Em meados de 2019, pouco antes de um evento climático que transformou o dia em noite na cidade de São Paulo, dezenas de pombos morreram de forma misteriosa, causando um enorme apavoro na população. No geral, as aves apresentaram ferimentos pelo corpo e também sintomas neurológicos, sendo encontradas próximas ao Centro de Controle de Zoonoses.

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

Recentemente, um grupo de cientistas finalmente descobriu o motivo das mortes. Muitos acreditaram ter algum tipo de relação com a poluição gerada pelas queimadas na Amazônia, mas não é nada disso. Segundo o estudo, trata-se de um paramixovírus aviário do tipo 1, também conhecido como vírus da doença de Newcastle, que costume ser letal em pombos.

Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

Também conhecido como paramixovírus de pombo (PPMV), raramente infecta pessoas. Luciano Matsumiya Thomazelli, pesquisador no Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e primeiro autor do artigo, publicado na revista ‘Viruses’, veio a público e deu novos detalhes sobre o vírus.

“Descobrimos se tratar de um vírus que circulava silenciosamente no Brasil desde 2014. Com base nos dados moleculares, notamos ser o mesmo PPMV que havia sido identificado em Porto Alegre cinco anos antes. E são cerca de 1.100 quilômetros de distância entre as duas cidades. Tal fato demonstra o potencial desse patógeno de se disseminar sem ser percebido”, disse.