Há alguns anos, o americano John Francis tomou uma decisão que mudou sua vida: parar de falar. Isso mesmo! O ativista ficou em silêncio por 17 anos, como forma de protesto,até perceber que tinha algo que realmente fosse relevante e precisava dizer.
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Tudo começou com um desastre ambiental. Uma colisão entre dois petroleiros em 1971 que contaminou a Baía de San Francisco, na Califórnia (EUA), com mais de meio milhão de galões de petróleo. A cena do pessoal limpando a água e saindo com várias aves cobertas de óleo, o impactou tanto que ele sentiu que precisava fazer algo como forma de protesto.
Imagem: Reprodução/Pixabay
Ele decidiu, então, que não iria mais dirigir automóveis, o que naquele tempo era uma decisão bastante ousada já que todo mundo ia para todos os cantos dirigindo. No entanto, o americano ouviu de pessoas próximas que sua atitude não mudaria em nada, já que todo mundo havia ignorado o que aconteceu.
Francis refletiu ainda mais sobre o assunto e decidiu não falar nada por um dia. A ideia surgiu na véspera de seu aniversário de 27 anos, enquanto ele lia “O Hobbit”, de J. R. R. Tolkien. “Aqueles que leram sabem que quando os hobbits fazem aniversário, eles não esperam receber presentes, eles dão (presentes)”. Como falava pelos cotovelos, ele decidiu que seu presente para os outros seria parar de falar nesse dia, mas seu voto de silêncio acabou se estendo por mais 17 anos.
Nesse período, o ativista contou que chegou a questionar se era louco pelas críticas que recebeu, principalmente de sua família. “Nas primeiras semanas, havia muitas conversas na minha mente sobre o que eu deveria dizer e quando começaria a falar, até que finalmente cheguei à conclusão de que continuaria assim por um ano […] E uma vez que tomei a decisão, tudo se acalmou, e me acomodei no silêncio, e o silêncio se instalou em mim”, disse em uma entrevista anos depois.
O fim do silêncio
Em abril de 1990, data em que ocorreu o 20º aniversário do Dia da Terra, Francis quebrou seu voto de silêncio. Em seu discurso, ele contou que aprendeu muito com a experiência. Em uma de suas entrevistas, após o caso curioso, John foi questionado se aconselharia as pessoas a fazerem o mesmo. “Aconselharia escutarmos uns aos outros”, respondeu.