Ex-Goleiro do Cruzeiro muda de profissão
As mãos continuam sendo os principais instrumentos de trabalho de Glaysson, mas agora com uma função bem diferente da dos tempos de futebol. Aos 46 anos, o ex-goleiro revelado pelo Cruzeiro e com passagem por mais de 20 clubes trocou as luvas pelo volante e hoje trabalha como motorista de ambulância em Belo Horizonte, segundo o Globo Esporte.

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O ex-atleta atua para uma empresa que presta serviços a hospitais da capital mineira, transportando pacientes entre unidades e clínicas. “A gente tem que lidar com vidas. Tem que ser uma coisa bem cuidadosa, bem detalhada. Cada paciente tem alguma enfermidade, então tem que procurar dirigir com muito cuidado para dar mais tranquilidade”, contou o ex-goleiro ao GE.
Brincando, ele admitiu que o novo ofício exige até mais concentração do que os dias de Mineirão lotado:
“A atenção tem que ser bem maior. É mais fácil pegar Mineirão com 50, 60 mil pessoas do que bater no volante todo dia.”
De promessa do Cruzeiro ao interior mineiro
Natural de Belo Horizonte, Glaysson iniciou a carreira nas categorias de base do Cruzeiro, no fim dos anos 1990. Fez parte do elenco campeão da Copa do Brasil de 2003, mas não teve muitas oportunidades na equipe principal. A partir daí, construiu uma sólida trajetória no interior de Minas, passando por clubes como Ipatinga, Villa Nova, Democrata, Caldense e Tupi, entre outros.
Durante mais de 20 anos de carreira, ele defendeu 23 clubes e conquistou 10 acessos no futebol mineiro, além de passagens por Volta Redonda, Legião-DF e Mixto-MT. Encerrou a carreira em 2020, atuando pelo Tupynambás.

Do campo ao volante
Após pendurar as luvas, Glaysson ainda trabalhou como treinador de goleiros no time Inconfidentes, formado por membros das forças de segurança de BH. Em paralelo, começou a dirigir para uma construtora e foi justamente essa experiência que o levou ao atual emprego, um convite de um amigo, major do Corpo de Bombeiros.
“Fiz o curso de motorista de transporte de veículo de emergência e o de primeiros socorros. Hoje trabalho de segunda à sexta, 10 horas por dia. Às vezes passa do horário, porque a gente está com o paciente e precisa esperar exame, essas coisas”, explicou ao ge.
Reconhecimento e gratidão
Mesmo fora dos gramados, o ex-goleiro ainda é reconhecido por torcedores e colegas de trabalho. “Teve um paciente que me viu passando na porta e perguntou se eu era o goleiro que jogou no Cruzeiro e no Villa. É muito gratificante ver o carinho que o pessoal tem comigo”, contou.
Hoje, Glaysson também participa de jogos de veteranos e eventos beneficentes, como o “Desafio de Gigantes do Mineirão”, onde reencontrou ex-companheiros como Alex e Ronaldinho Gaúcho.

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Encerrando a entrevista, ele resumiu sua trajetória com orgulho:
“No interior, a gente sabe que não ganha o que os times grandes pagam, mas me senti muito realizado em tudo que fiz. Agora é trabalhar para manter o que conquistei.”








