Quem é Rodrigo Garro e por que ele está em pauta hoje?
Rodrigo Garro é o meio-campista argentino que, em setembro de 2025, assumiu de vez o papel de referência técnica do Corinthians. O jogador se destaca pelo estilo clássico de “enganche”, com visão de jogo refinada, passes decisivos e qualidade em bolas paradas. Sua presença em campo mudou a dinâmica ofensiva da equipe.

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A pauta em torno do atleta surge porque, apesar dos números impressionantes e da idolatria da torcida, o Corinthians ainda oscila coletivamente. Isso levanta um debate sobre a chamada “Garro-dependência”: quando o camisa 10 não rende, o time perde grande parte de sua força criativa.
O meia também enfrentou momentos delicados fora dele. Em janeiro de 2025, foi indiciado por homicídio culposo após um acidente automobilístico na Argentina, episódio que repercutiu amplamente na imprensa. Mesmo com a situação judicial em andamento, ele manteve o foco no Corinthians e se consolidou como peça fundamental do elenco.

Rodrigo Garro em ação com a camisa do Corinthians na Neo Química Arena – Foto: Ricardo Moreira/Getty Images
Qual foi a trajetória de Rodrigo Garro antes de chegar ao Corinthians?
A formação de Garro no futebol profissional foi considerada tardia. Natural de General Pico, ele passou pelas categorias de base do Atlético de Rafaela antes de se firmar no Instituto de Córdoba. Foi lá que deu os primeiros sinais de seu talento para a articulação de jogadas e para a bola parada.
O salto na carreira veio com a transferência para o Talleres. No clube cordobês, o meia assumiu protagonismo, tornou-se titular absoluto e rapidamente ganhou prestígio entre torcedores e jornalistas argentinos. Sua visão de jogo, aliada a gols decisivos e à precisão em cobranças de falta, chamou atenção de clubes do exterior.
Durante sua passagem pelo Talleres, construiu a reputação de ser um dos meias mais regulares e técnicos da liga argentina. Não à toa, despertou interesse de equipes brasileiras, incluindo o Corinthians, que via nele o camisa 10 capaz de reorganizar um meio-campo carente de criatividade.
Quando Rodrigo Garro chegou ao Corinthians e qual era o contexto?
A contratação de Garro pelo Corinthians ocorreu no início de 2024, após uma negociação longa e complexa com o Talleres. O valor envolvido girou em torno de US$ 6 milhões, quantia significativa para os padrões sul-americanos. A expectativa era de que ele fosse a peça-chave para resolver os problemas de criação da equipe.
A estreia, no entanto, demorou a acontecer. Questões burocráticas e o trâmite internacional atrasaram sua regularização, o que aumentou ainda mais a ansiedade da torcida. Nas arquibancadas, o nome do atleta já era entoado antes mesmo de sua primeira partida oficial.
O cenário do Corinthians à época também contribuía para o peso da contratação. O clube atravessava processo de reformulação, ainda em busca de identidade coletiva e de um organizador capaz de conectar meio e ataque. Nesse contexto, o argentino assumiu a responsabilidade de ser o novo “camisa 10” do Parque São Jorge.
Como foi a adaptação de Garro ao futebol brasileiro?
Logo nos primeiros jogos, o argentino mostrou cartão de visitas: distribuiu passes decisivos e marcou gols, sendo o primeiro justamente em um clássico diante do Palmeiras, que chamaram a atenção da torcida. A precisão nas bolas paradas e a calma para organizar o meio-campo fizeram a Fiel acreditar que, enfim, o clube havia encontrado o camisa 10 ideal.
Entretanto, a transição não foi simples. Garro precisou se ajustar à exigência física maior do futebol brasileiro e ao calendário pesado, que impõe viagens longas e pouco tempo de recuperação. Por vezes, sofreu com oscilações de rendimento, algo natural para quem vinha de um campeonato menos intenso.
Ainda assim, desde o início, a imprensa esportiva destacou que o argentino tinha algo diferente. Analistas apontavam sua visão de jogo rara e a capacidade de ditar o ritmo da partida como virtudes difíceis de encontrar no futebol atual. Essas impressões ajudaram a consolidar sua imagem como futuro protagonista do Corinthians.

Garro foi eleito o melhor da partida justamente em seu primeiro Dérbi Paulista – Foto: Leonardo Lima/AGIF
Como Garro se tornou o principal jogador do Corinthians em 2025?
Em 2025, Garro assumiu de vez o papel de maestro da equipe. Seus números comprovam a importância: lidera o time em assistências (cinco no total), é destaque em passes decisivos e figura entre os maiores cobradores de falta do futebol brasileiro.
Taticamente, é o jogador responsável por ditar o ritmo do meio-campo corintiano. Quando recua para buscar a bola, dá fluidez à saída; quando avança, cria superioridade numérica e clareia jogadas para os atacantes. Sua inteligência em campo o transformou em peça insubstituível.
Esse protagonismo também foi reconhecido dentro do vestiário. Companheiros e comissão técnica o tratam como líder técnico, alguém capaz de desequilibrar uma partida com um passe preciso ou uma bola parada bem executada.
Por que, apesar de ser ídolo, Garro também é alvo de críticas?
A idolatria da torcida corintiana por Garro é visível nas arquibancadas da Neo Química Arena, onde seu nome ecoa a cada grande atuação. Entretanto, nem tudo é unanimidade: críticas surgem principalmente em clássicos e jogos decisivos, nos quais sua regularidade ainda é questionada.
Parte da Fiel acredita que o time depende demais do camisa 10. Quando ele não consegue se impor, o coletivo sofre para criar alternativas. Esse fenômeno ficou conhecido como “Garro-dependência”, tema recorrente entre comentaristas esportivos.
Especialistas apontam que, para o Corinthians evoluir, é preciso encontrar soluções coletivas que reduzam a pressão sobre o argentino. Afinal, sua genialidade pode decidir partidas, mas títulos exigem consistência de todo o elenco.
“Quando o Garro não está lá, ninguém pensa o jogo, ninguém tenta uma jogada, uma enfiada de bola, ninguém chuta de fora da área, a bola parada também perde muito. O nível técnico cai e a inteligência futebolista cai”, disse Walter Casagrande após uma derrota em que o argentino não atuou.

Rodrigo Garro após a derrota do Corinthians para o Barcelona de Guayaquil – Foto: Franklin Jacome/Getty Images
O que Rodrigo Garro diz sobre a pressão no Corinthians?
Ciente da cobrança que carrega, Garro adota um discurso equilibrado. Reconhece a importância de seu papel, mas sempre reforça que vitórias só acontecem quando o grupo inteiro está em sintonia.
“Sei que a torcida espera muito de mim, mas o futebol se ganha com onze jogadores”, declarou em uma coletiva, após ser questionado sobre o rótulo de protagonista. Em outra ocasião, foi ainda mais direto: “Meu maior sonho aqui é levantar uma taça. Vim para o Corinthians para fazer história.”
Essas falas revelam um jogador comprometido, que não se esquiva da responsabilidade, mas entende que a grandeza do clube exige conquistas coletivas para consolidar qualquer legado.
Qual é o legado de Garro e o que esperar de seu futuro no Corinthians?
Com contrato vigente e prestígio no elenco, Garro tem tudo para marcar seu nome como um dos grandes estrangeiros do Corinthians. O peso de sua passagem, no entanto, dependerá diretamente da capacidade de liderar o clube a títulos expressivos.
No planejamento alvinegro, ele é peça central. A diretoria o vê como líder técnico e símbolo de uma era de reconstrução. O desafio, agora, é transformar protagonismo em taças, seja em competições nacionais, seja no cenário continental.
As comparações com outros argentinos que brilharam no Brasil são inevitáveis. Nomes como D’Alessandro e Conca chegaram a clubes rivais e fizeram história. Para o jogador, o caminho está aberto para se juntar a essa lista, desde que conquiste títulos com a camisa corintiana.

Garro e sua comemoração característica, homenageando o “Bando de Loucos” – Foto: Alexandre Schneider/Getty Images
Garro marcará seu novo na história do Corinthians?
A trajetória de Rodrigo Garro até aqui é marcada por superação. De uma formação discreta na Argentina até a pressão de vestir a camisa 10 do Corinthians, ele conseguiu se afirmar como um dos jogadores mais técnicos em atividade no Brasil.
Seu estilo clássico encanta a torcida, mas o próximo passo é fundamental: transformar seu talento em conquistas. Só assim sua história será lembrada como a de um verdadeiro ídolo corintiano.
Agora resta saber: será que Rodrigo Garro conseguirá converter sua genialidade individual em um legado de títulos para o Corinthians?
Ou será lembrado como um grande jogador que não encontrou, no coletivo, a sustentação necessária para brilhar ainda mais?








