Cássio assumiu a responsabilidade a frente do Corinthians logo em seu primeiro ano como titular. Um dos grandes destaques do Timão nas vitoriosas campanhas de 2012, pela Copa Libertadores e Mundial de Clubes, o goleiro rapidamente tornou-se o jogador mais adorado pela Fiel e é apontado, pela maioria, como o maior ídolo da história do Clube. Porém, como de costume no ciclo da vida, um dia o guarda-redes irá se despedir da meta alvinegra. E o Corinthians não pode esperar esse momento para corrigir a própria postura em momentos decisivos.
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O goleiro tem mais de 640 jogos disputados com a camisa do Timão. Durante sua trajetória, Cássio se tornou o arqueiro que mais defendeu pênaltis na história da equipe. Ao todo, foram 32 cobranças bloqueadas pela muralha corinthiana. Inclusive, boa parte do status de herói do time passa pelo seu excelente desempenho nas penalidades. Cássio mostrou sua efetividade logo no início, quando defendeu o pênalti cobrado por Diego Souza, nas quartas de final da Libertadores de 2012, contra o Vasco. Ali, o Timão deu um passo importantíssimo para conquistar sua primeira taça da Glória Eterna.
O guarda-redes repetiu o belo feito contra o Chelsea, e garantiu a taça do Mundial de Clubes do mesmo ano, sendo eleito o melhor de sua posição no torneio. O ano dourado da equipe marcou o início de uma trajetória salvadora de Cássio no Corinthians. Sempre que acionado, o goleiro toma conta da meta alvinegra e já impediu, diversas vezes nesses 11 anos, eliminações precoces do Timão em todas as competições – inclusive esse ano, na Copa do Brasil, contra Remo, Atlético-MG e América-MG, além da Sul-Americana, contra o Estudiantes.
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Acontece que Cássio já tem 36 anos, e sua jornada na Neo Química Arena se aproxima do fim. A partir daqui, a tendência é que seu ritmo e percepção fiquem cada vez mais lentos. O mau planejamento administrativo, o envelhecimento dos jogadores defensivos e a inconsistência dos atacantes têm cobrado caro na temporada atual da equipe. O goleiro faz o que pode, – e, às vezes, até o impossível. Porém, o Timão não pode esperar a aposentadoria de um de seus maiores ídolos para tomar as rédeas do próprio destino dentro de campo.
Se antes o goleiro chegou para dar consistência à meta alvinegra, e assumiu o pepino deixado por Júlio César, após o desastroso 3 a 2 contra a Ponte Preta, pelo Campeonato Paulista, atualmente, Cássio se prepara para passar a responsabilidade para Carlos Miguel. O arqueiro reserva tem entregado bons desempenhos quando escalado, e é necessário que a administração corinthiana tenha mais atenção na transição entre os atletas. Ou corre o risco de repetir o erro do rival tricolor, que demorou sete anos para reencontrar um goleiro seguro para o time titular.
O herói alvinegro está perto do fim de sua jornada. O Corinthians, não. Enquanto segue cometendo erros dentro e fora das quatro linhas, o Timão parece acompanhar, em silêncio, a reestruturação de seus rivais e consequente queda no protagonismo do futebol paulista. É hora de virar a chave. Cássio é eterno na história alvinegra, mas tem prazo de validade embaixo das traves. Se não parar de adiar o inevitável, o Clube seguirá à deriva, na espera do próximo salvador dos momentos ruins. O Corinthians precisa entender que não pode depender de um nome para ser competitivo. Mas sim, do conjunto da obra.