O Corinthians voltou a viver dias de apreensão nos bastidores. O clube abriu negociações com os representantes de Matías Rojas para tentar selar um acordo e evitar que a dívida milionária com o meia paraguaio resulte em um novo transfer ban da Fifa.

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A pendência, que já beira os R$ 40 milhões, tem origem no contrato firmado em 2023, válido até junho de 2027, e segue como um fantasma para a gestão de Osmar Stábile.
Segundo apuração do portal Meu Timão, a diretoria estuda utilizar parte das receitas que seriam destinadas à quitação da dívida com o Santos Laguna, do México — responsável pelo atual bloqueio de registros do clube — para oferecer uma proposta ao estafe de Rojas.
O risco de mais uma sanção internacional preocupa, já que o Corinthians depende do mercado de transferências para reforçar o elenco em meio a uma temporada turbulenta.

Matias Rojas, ex-jogador do Corinthians, cobra dívida milionária do Timão. Foto: Marcello Zambrana/AGIF
Origem do problema
O contrato assinado ainda na gestão de Duílio Monteiro Alves previa o pagamento de US$ 1,66 milhão em luvas (cerca de R$ 8 milhões na época), divididos em três parcelas.
O acordo não foi cumprido e, somado a atrasos em direitos de imagem, levou o jogador a acionar a Fifa. Em junho de 2024, a entidade condenou o Timão a pagar não apenas os valores pendentes, mas também todo o contrato até 2027. O clube recorreu, e uma nova decisão ainda é aguardada.
Rojas rescindiu unilateralmente em março de 2024, já na gestão Augusto Melo, após 30 jogos e sem participações diretas em gols. Desde então, rodou por Inter Miami, onde atuou ao lado de Messi, defendeu o River Plate e atualmente veste a camisa do Portland Timbers, na MLS.
Pressão financeira
O Corinthians já cumpre transfer ban por não pagar o Santos Laguna na compra de Félix Torres. O recurso do clube foi negado pelo CAS (Corte Arbitral do Esporte) em agosto, aumentando a pressão financeira. Ainda segundo Meu Timão, para quitar essa dívida, a diretoria conta com duas fontes principais:
- a venda do jovem Kauê Furquim, de 16 anos, cuja multa rescisória de R$ 14 milhões foi paga pelo Bahia;
- o adiantamento de R$ 50 milhões referente à renovação do contrato com a Nike, que deve render ao clube R$ 100 milhões em duas parcelas (a segunda apenas em 2026).
A ideia é realocar parte desses recursos para iniciar um acordo com Rojas e, assim, evitar que a Fifa imponha um segundo bloqueio ao clube.

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Risco de nova punição
O CAS já adiou em um mês a decisão final sobre o caso, antes prevista para agosto. Caso a condenação seja confirmada, o Corinthians terá de arcar com todo o montante estipulado pela Fifa e corre o risco de ver sua capacidade de inscrever reforços ainda mais comprometida.
Enquanto busca alternativas, a diretoria tenta ganhar tempo e se movimenta nos bastidores para que o “capítulo Rojas” não se torne mais um obstáculo num 2025 que já começou marcado por restrições, cobranças e incertezas financeiras.








