O Corinthians recebeu uma proposta robusta para lançar sua própria casa de apostas esportivas, algo que mudaria o modelo de patrocínios no clube. A oferta prevê a criação da plataforma “Timão.bet”, que viria acompanhada de um contrato de patrocínio máster e participação no lucro da operação. A ideia é dar ao clube controle total da marca e torná-la um ativo financeiro próprio. Mesmo assim, o assunto divide opiniões dentro do Parque São Jorge e ainda passa por uma análise rígida do setor de compliance.

- Gabigol está deixando o Cruzeiro encaminhada e abre caminho para o Corinthians
- Corinthians aprofunda debate sobre SAF em assembleia no Parque São Jorge
Segundo o UOL, a proposta inicial oferecia R$ 453 milhões por três anos, além de 3% do lucro da plataforma. Porém, o interesse da empresa cresceu rapidamente e os valores já foram reavaliados para cifras ainda maiores. A nova oferta, aprovada internamente na operadora, deve chegar de forma oficial ao Timão nos próximos dias. Essa escalada financeira chamou a atenção e colocou a diretoria em estado de alerta para entender o potencial e os riscos do projeto.
Nos bastidores, há quem enxergue a criação de uma bet própria como algo inovador e capaz de gerar uma receita considerável ao Corinthians. A possibilidade de campanhas exclusivas, transparência total da operação e maior autonomia comercial são pontos vistos como positivos. A empresa ainda sinalizou que está disposta a cobrir eventuais propostas de outros patrocinadores. Mas o clube sabe que a decisão exige cautela e deve ser tomada sem pressa.
Valores sobem e gatilhos podem mudar cenário
A proposta mais recente, de R$ 720 milhões por quatro temporadas, colocaria o Corinthians entre os clubes mais bem pagos do país em patrocínio máster. Além disso, o acordo prevê até R$ 220 milhões extras em bônus por desempenho. Entre eles, premiações por títulos, vagas na Libertadores e avanços esportivos ao longo dos anos. Apenas considerando as glórias em campo, o Timão poderia arrecadar até R$ 156 milhões em quatro anos.

Yuri Alberto durante a partida entre Cruzeiro x Corithians – Foto: Gilson Lobo/AGIF
O modelo também inclui formas de evitar marketing de emboscada, um receio frequente em tempos recentes. A empresa sustenta que o Corinthians teria acesso total ao fluxo financeiro, algo que facilitaria renovações futuras ou outras negociações. A operação, segundo a proposta, seria construída exclusivamente para o público corintiano, com ações de comunicação voltadas ao torcedor. Essa estrutura chamou a atenção do clube, mas não elimina os pontos de dúvida.
Apesar da atratividade financeira, o Corinthians vê riscos relevantes. A marca envolvida é nova no mercado e possui pouco lastro, o que preocupa a diretoria. Para complicar, a empresa apareceu entre as citadas na CPI das Bets no Senado, algo que automaticamente acendeu um alerta. A lembrança dos casos recentes envolvendo Taunsa e Vai de Bet também pesa na análise, reforçando o entendimento de que é preciso avaliar cada detalhe antes de qualquer assinatura.

Veja também
Cebolinha crava onde quer jogar após vários interessados em tirá-lo do Flamengo: “A minha prioridade”
Timão mantém cautela enquanto compliance investiga
O setor de compliance do Corinthians segue avaliando a operadora, o grupo financeiro e o histórico da marca antes de emitir um parecer. Enquanto isso, o clube também segue negociando a possível renovação com a Esportes da Sorte, atual patrocinadora máster. A decisão final deve considerar fatores comerciais, reputacionais e jurídicos, já que o projeto pode impactar o clube por muitos anos. A diretoria prefere evitar movimentos apressados e promete discutir o tema com profundidade.








