O Corinthians voltou a se envolver em uma polêmica financeira. O clube paulista atrasou a segunda parcela da dívida com o Cuiabá referente à compra do volante Raniele, realizada em janeiro de 2024, dentro do plano aprovado pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), órgão da CBF responsável por mediar conflitos entre clubes, atletas e agentes.

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Segundo apuração da ESPN, o valor da parcela, que venceria na última sexta-feira (17), gira em torno de R$ 780 mil. Sem uma resposta formal ao Dourado, o Corinthians se expõe à possibilidade de novo transfer ban, que impediria o registro de novos atletas. Atualmente, o clube já cumpre punição ativa da Fifa por dívida com o Santos Laguna-MEX, relacionada à contratação do zagueiro Félix Torres.
Presidente do Cuiabá critica postura do Corinthians
A situação gerou reação imediata de Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, que não poupou críticas ao clube paulista. Em entrevista à reportagem da ESPN, Dresch questionou a presença do Corinthians na Série A e criticou o acúmulo de dívidas:
“O Corinthians comprou um jogador nosso em janeiro de 2024 e só pagou a entrada. A CNRD fez um plano de pagamento para ser quitado em seis anos, sem juros, e o Corinthians não cumpre. Eles estão com mais de R$ 100 milhões em dívidas na Fifa.”
O dirigente seguiu firme na cobrança e fez um alerta sobre a justiça esportiva: “A pergunta que eu quero fazer é o seguinte: o que o Corinthians está fazendo na Série A? Está ocupando a vaga de forma legítima? Ou comprou diversos jogadores no ano passado, não pagou e continua na Série A? Aí se você for olhar, o Juventude está com a folha em dia, o Fortaleza, o Vitória, não devem ninguém e vão cair.”
Dresch ainda ressaltou a gravidade da situação, apontando para a necessidade de revisão: “No ano passado, o Corinthians já se beneficiou desse calote e vai continuar na Série A e devendo. Isso precisa ser revisto urgente. O Corinthians não deveria estar na Série A nunca, devendo e dando calote.”

Raniele jogador do Corinthians reclama com a arbitragem durante partida contra o Mirassol no estadio Arena Corinthians pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
CNRD promete rigor e Corinthians busca reorganização financeira
O atraso não é novidade. Na primeira parcela, prevista para 17 de setembro, o clube só conseguiu evitar o transfer ban regularizando o pagamento dentro do prazo de tolerância concedido pelo órgão. Desta vez, a CNRD sinaliza que não haverá flexibilidade, e a aplicação de sanções esportivas pode ocorrer de forma imediata em caso de novo descumprimento.

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O pagamento faz parte de uma estratégia mais ampla de reestruturação financeira do Corinthians. Paralelamente, o clube busca adesão ao Regime Centralizado de Execuções (RCE), que prevê reorganização de aproximadamente R$ 367 milhões em até dez anos. O Cuiabá, como principal credor com R$ 18 milhões a receber, acompanha a situação de perto e aguarda o cumprimento do acordo.








