O Corinthians deu mais um passo importante no debate sobre a transformação em Sociedade Anônima do Futebol. Em assembleia pública realizada no teatro do Parque São Jorge, conselheiros, sócios e torcedores se reuniram para discutir propostas, esclarecer dúvidas e avaliar impactos administrativos, jurídicos e financeiros de uma eventual mudança. O tema, que já foi tabu dentro do clube, ganhou força nos últimos meses e agora aparece como possibilidade concreta para o futuro próximo.

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Durante o encontro, foram apresentados diferentes modelos, cada um com caminhos distintos sobre governança, participação e captação de recursos. O mais detalhado foi o “SAFiel”, que prevê o envolvimento direto da torcida como acionista e a criação da empresa Invasão Fiel S/A para administrar o futebol masculino, feminino e a base. A ideia inclui ações divididas entre torcedores-investidores com direito a voto e investidores institucionais sem poder decisório.
As estimativas apresentadas pelos idealizadores apontam para uma possível captação entre R$ 1,6 bilhão e R$ 2,7 bilhões. A proposta, porém, não teve aceitação unânime no auditório. Conselheiros se posicionaram contra alguns pontos do modelo, alegando riscos na divisão de controle e possíveis conflitos entre acionistas e o clube social.
Outro modelo defende controle majoritário do Corinthians
Também foi debatido um projeto elaborado pela chapa União dos Vitalícios, que propõe a criação de uma empresa com 51% das ações controladas pelo próprio Corinthians. Nesse formato, o clube manteria o comando político e estratégico, enquanto a empresa seria responsável pela administração do futebol, sob fiscalização direta do Conselho Deliberativo. A proposta atraiu atenção por preservar o poder institucional corintiano, mas levantou dúvidas sobre capacidade de captação.

SP – SAO PAULO – 10/09/2025 – COPA DO BRASIL 2025, CORINTHIANS X ATHLETICO-PR – Gui Negao jogador do Corinthians comemora seu gol durante partida contra o Athletico-PR no estadio Arena Corinthians pelo campeonato Copa Do Brasil 2025. Foto: Marcello Zambrana/AGIF
Além dessas iniciativas, grupos como o Coletivo Democracia Corinthiana e a Família Corinthians apresentaram sugestões complementares focadas em governança, transparência e limites de intervenção de investidores externos. A diretoria considerou a inclusão dessas propostas importante para enriquecer o debate antes da reforma estatutária prevista para o primeiro semestre de 2026.
Outro ponto discutido foi a criação de um grupo de estudos dedicado exclusivamente ao tema SAF. A ideia é aprofundar análises jurídicas, tributárias e operacionais antes que conselheiros e sócios votem mudanças definitivas no estatuto. A diretoria entende que a transição, se aprovada, exigirá planejamento detalhado e ampla participação da comunidade corintiana.

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Cronograma prevê reuniões até fevereiro
A assembleia desta segunda-feira integra uma série de audiências públicas que seguem até fevereiro de 2026. Os encontros tratarão de temas como votação online, estrutura de poder, conselhos, finanças e regras eleitorais, com o objetivo de consolidar um projeto estatutário mais moderno. O Corinthians considera esse processo vital para definir o futuro institucional do clube e preparar o terreno para desafios financeiros e esportivos dos próximos anos.








