O São Paulo sucumbe aos próprios erros e se despede da Libertadores
O São Paulo viveu mais uma noite de frustração no Morumbis, marcada não apenas pela eliminação para a LDU, mas pela forma como ela se deu. O Tricolor até teve posse, volume de jogo e criou chances, mas falhou onde não se pode falhar em Libertadores: na finalização e na concentração defensiva. O time de Hernán Crespo, nervoso e ansioso, perdeu gols inacreditáveis e ofereceu espaços preciosos ao adversário, que foi cirúrgico para punir os erros.

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No primeiro tempo, a equipe teve as oportunidades que precisava para encaminhar a virada. Luciano desperdiçou dois lances claros, dentro da pequena área, que mudariam a história do jogo. Enzo, em posição privilegiada, isolou a bola longe do gol. Rigoni também teve a chance de abrir o placar, mas não aproveitou. Quando se erra tanto em momentos decisivos, a conta costuma chegar — e a LDU tratou de apresentá-la no contra-ataque de Medina.
A jogada do gol equatoriano foi o retrato da desatenção são-paulina. Bobadilla perdeu o tempo de bola em uma disputa simples, a defesa ficou exposta e Medina apareceu livre para vencer Rafael. Até aquele momento, a LDU tinha atacado pouco, mas em mata-mata não é a quantidade de ataques que decide, e sim a precisão. O São Paulo, por sua vez, mostrou justamente o contrário: posse estéril e falta de frieza nas duas áreas.
Lado emocional pegou
O peso emocional da desvantagem ficou visível após o gol. O Tricolor passou a errar passes curtos, perdeu capacidade de associação no meio e deixou o nervosismo dominar o jogo. Rodriguinho, que poderia ter sido o diferencial, esteve apagado. Rigoni, em uma de suas piores exibições no ano, reforçou a sensação de que sua volta não trouxe o impacto esperado. A insistência em bancá-lo hoje soou mais teimosia do que convicção.

Ferreirinha jogador do Sao Paulo durante partida contra o LDU no estadio Morumbi pelo campeonato Copa Libertadores 2025. Foto: Alan Morici/AGIF
A segunda etapa trouxe mudanças, com Crespo lançando Lucas e Lucca, além de Dinenno, em busca de uma reação improvável. Houve aumento no volume, sim, mas faltou organização e confiança para transformar posse em gols. A cada minuto, a sensação era de que o São Paulo rondava a área rival sem saber como concretizar suas investidas. A LDU, confortável, apenas administrava a vantagem.
Muitas falhas
Libertadores não perdoa quem falha tanto. O São Paulo deu três gols em Quito e mais um em casa. Não há classificação possível diante desse cenário. A defesa, que outrora foi o pilar de conquistas, mostrou fragilidade; o ataque, que precisaria ser implacável, sucumbiu ao nervosismo. Quem perde chances claras e concede gols “bestas” não merece avançar em uma competição de tamanha exigência.

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A eliminação dói porque o São Paulo teve bola para competir, mas não teve qualidade e serenidade para transformar superioridade em resultado. Fica a sensação de desperdício: um time que produziu, mas não soube concluir. No fim das contas, a LDU, fria e eficiente, fez o que precisava. O Tricolor, ansioso e ineficaz, apenas confirmou que, no mata-mata sul-americano, não basta ter volume: é preciso errar menos.








