Cenário de decisão e clima de pressão
Neste sábado, o Palmeiras encara o jogo mais importante da temporada ao enfrentar o Flamengo na grande final da Copa Libertadores. A bola rola às 18h (de Brasília), no Estádio Monumental U, em Lima, no Peru, em um duelo que pode entrar para a história do clube. Além do peso do título, a partida marca a chance de o Verdão se tornar tetracampeão continental pela primeira vez.

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O time alviverde chega pressionado após uma sequência negativa de cinco jogos sem vitória, com três derrotas e dois empates. Mesmo assim, o ambiente interno segue focado, e Abel Ferreira ganhou dias preciosos para ajustar detalhes e tomar decisões importantes. A escalação segue como um dos maiores mistérios às vésperas da final.
A partida contra o Grêmio, pelo Brasileirão Betano, deu fortes indícios do time pensado para a decisão. Abel poupou praticamente 11 jogadores, o que costuma ser um sinal claro em semanas de final. Ainda assim, algumas peças e funções seguem indefinidas, escalando a curiosidade do torcedor.
Formação é o primeiro grande dilema
A principal dúvida de Abel Ferreira começa pelo desenho tático. O treinador pode manter o sistema com linha de quatro defensores, mais consolidado ao longo da temporada, ou voltar ao esquema com três zagueiros, alternativa já usada em jogos grandes. A escolha passa diretamente pelo comportamento do Flamengo e pelo controle dos lados do campo.

Equador – 29/10/2022 – LIBERTADORES 2022 FINAL, FLAMENGO X ATHLETICO-PR – Jogadores do Flamengo comemoram titulo de campeao apos partida contra o Athletico-PR no estadio Monumental de Guayaquil pela decisao do campeonato Copa Libertadores 2022. Foto: API/AGIF
A escalação “indicada” ganhou força ao poupar nomes como Gustavo Gómez, Murilo, Raphael Veiga, Vitor Roque e Flaco López. Piquerez, Andreas Pereira e Allan chegaram a ficar à disposição, mas a lógica aponta que o treinador quis preservar energia e evitar riscos físicos.
O histórico de decisões mostra que Abel costuma apostar na segurança antes de tudo. Em finais, a estratégia tende a ser mais conservadora no início, com ajustes conforme o andamento do jogo. Por isso, a formação inicial ainda é tratada como trunfo escondido.
Disputa aberta no meio-campo
No meio, a maior dor de cabeça atende pelo nome de primeiro volante. Aníbal Moreno vive momento irregular e chega à final pressionado por erros recentes. No Brasileirão Betano, diante do Flamengo, uma falha na saída de bola resultou em gol decisivo. Contra o Grêmio, o argentino ainda cometeu um pênalti que pesou no resultado.

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A alternativa seria Emiliano Martínez, que também não atravessa grande fase técnica. Diante desse cenário, Abel estuda uma solução criativa: a improvisação de Bruno Fuchs como volante. A ideia já foi utilizada e agradou pelo equilíbrio defensivo e pela boa saída de bola.
Fuchs oferece leitura defensiva e ajuda a liberar o segundo homem de meio para pisar mais no ataque. Em um jogo travado como costuma ser uma final, essa escolha pode fazer diferença nos duelos centrais e na proteção à defesa.
Escolhas delicadas no ataque
O ataque também gera discussões internas. Pela indicação da última rodada, Raphael Veiga e Allan aparecem como opções abertas pelos lados. O problema é que ambos são canhotos e rendem melhor atuando pela direita, o que obrigaria um sacrifício tático em um setor decisivo.
Com isso, Abel avalia outras alternativas. Felipe Anderson surge como opção pelo lado esquerdo, apesar de viver fase irregular. Ainda assim, o treinador confia no camisa 7, que foi titular e atuou os 90 minutos contra o Grêmio, mesmo com desempenho discreto.
Outro nome forte é Ramón Sosa. O paraguaio foi decisivo na semifinal da Libertadores, abriu o placar contra a LDU e deu velocidade ao jogo. Seu perfil mais vertical pode ser uma arma importante contra um adversário que costuma dar espaços na transição defensiva.
Tempo curto e decisões finais
Abel Ferreira terá poucos treinos para definir o time ideal, mas conhece bem o peso de uma decisão continental. O histórico em Libertadores mostra um treinador frio, detalhista e pouco refém de pressões externas. Cada escolha será pensada nos mínimos detalhes.
A definição da escalação passa não só pela parte técnica, mas também pelo momento emocional e físico do elenco. Em jogos desse tamanho, confiança e leitura de jogo pesam tanto quanto o talento individual.
Resta saber quais cartas Abel guardará até o último momento. Certo é que o Palmeiras chega à final com dúvidas, mistério e a esperança de repetir capítulos gloriosos da sua história recente na Copa Libertadores.








