Decisões contestadas marcam os jogos da Libertadores
O VAR se tornou novamente o centro das atenções na Libertadores 2025, com decisões que alteraram o rumo de partidas decisivas e geraram forte indignação entre clubes e torcedores. Expulsões questionáveis, gols anulados e longas revisões colocaram em xeque a transparência da arbitragem sul-americana.

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O caso mais emblemático ocorreu no confronto entre Flamengo e Estudiantes, no Maracanã. A Conmebol admitiu erro na expulsão de Plata, reconhecendo que o atacante rubro-negro não cometeu falta. No entanto, o VAR não pôde interferir por não se tratar de um lance revisável segundo o protocolo, o que causou ainda mais confusão.
Após o jogo, Filipe Luís e José Boto criticaram duramente o árbitro colombiano Andrés Rojas, classificando sua atuação como “escandalosa”. A diretoria do Flamengo estuda até pedir anulação do cartão, mas a Conmebol já comunicou a suspensão do atleta para o jogo de volta.
São Paulo e Palmeiras também reclamam de decisões
O São Paulo também entrou na lista dos insatisfeitos. Na derrota por 1 a 0 para a LDU, dois gols foram anulados após revisão do VAR, um deles por uma suposta falta de Luciano no goleiro adversário. A Conmebol divulgou os áudios e defendeu a decisão, mas o clube paulista acredita que a arbitragem foi rigorosa demais.
O Palmeiras, por sua vez, enfrentou polêmica em Buenos Aires, na vitória sobre o River Plate. O goleiro Weverton chegou a ser punido com pênalti e cartão amarelo após choque com Montiel, mas a marcação foi anulada por impedimento. O lance, que levou mais de cinco minutos de análise, revoltou a torcida argentina e gerou incerteza até para os jogadores em campo.
Esses episódios, somados à demora nas revisões e à falta de uniformidade nas decisões, aumentaram o desgaste da Conmebol com os clubes brasileiros, que cobram maior clareza e rapidez nos protocolos adotados.

Tiago Nunes – Foto: Franklin Jacome/Getty Images
Conmebol promete ajustes e novas medidas de transparência
Após a onda de críticas, a Conmebol prometeu reforçar o treinamento dos árbitros e ampliar a comunicação com o público. Desde as quartas de final, os árbitros passaram a anunciar suas decisões ao vivo após consultas ao VAR, em uma tentativa de aproximar o torcedor do processo e diminuir as dúvidas sobre cada marcação.
Apesar da iniciativa, dirigentes consideram que o problema vai além da comunicação. O uso excessivo do vídeo, aliado à falta de autonomia dos árbitros em campo, tem tirado ritmo dos jogos e aumentado a sensação de injustiça. Nos bastidores, há pressão para que a entidade revise novamente o protocolo antes da próxima edição da Libertadores.
Nas semifinais, com Flamengo e Palmeiras ainda na disputa, o tema promete continuar em evidência. O torcedor, cada vez mais desconfiado, vê o VAR não como um aliado da justiça, mas como um protagonista indesejado que insiste em roubar a cena do espetáculo.








