Jornalista revela suposta ligação de investimento no Galo com o PCC
De acordo com o jornalista Rodrigo Capello, em reportagem publicada no Estadão, aportes feitos por Daniel Vorcaro na SAF do Atlético-MG teriam origem em fundos sob investigação do Ministério Público de São Paulo por suposta ligação com o PCC.

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De acordo com documentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Galo Forte FIP, utilizado por Daniel Vorcaro para adquirir 26,9% da Galo Holding S.A., integra uma cadeia de fundos organizada de forma semelhante à estrutura investigada na Operação Carbono Oculto.
Procurado pelo Sport Insider, o Atlético declarou que o Galo Forte FIP é um fundo legalmente constituído e registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “O Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia é um veículo de investimento devidamente constituído e regular perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), sob administração da Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA. A Trustee é uma empresa igualmente registrada perante a CVM. Referido fundo figura como acionista da Galo Holding S.A., contexto no qual o Atlético não tem conhecimento de quaisquer irregularidades.”
Ligação com ‘Galo Forte’
Ainda conforme a reportagem publicada pelo Estadão nesta terça-feira (17), no topo da cadeia de investimentos estão os fundos Olaf 95 e Hans 95, ambos geridos pela Reag Investimentos e atualmente alvo de investigação do Ministério Público.
Em nota, a Reag esclareceu seu papel: “No Brasil, a administradora de um fundo de investimento é a instituição legalmente responsável pela constituição, funcionamento e representação do fundo perante terceiros e a Comissão de Valores Mobiliários. Ela não é ‘dona’. Adicionalmente, informamos que o negócio de prestação de serviços de administração está em negociações adiantadas para sua venda a outra empresa.”

Bandeirinha do Atlético. Foto: Gilson Lobo/AGIF
Como o sistema da CVM não permite identificar os cotistas de um fundo, o Sport Insider analisou a cadeia financeira de trás para frente. A partir da carteira de investimentos da Olaf, foi possível mapear que os recursos seguiram para o fundo Hans, depois para Alepo, Maia, Astralo e, por fim, chegaram ao Galo Forte. Além disso, sabe-se que Daniel Vorcaro é responsável pelo veículo porque ele foi tratado publicamente como tal.
Investimento de Vorcaro no Atlético-MG
Em novembro de 2023, Daniel Vorcaro investiu R$ 100 milhões para se tornar sócio da SAF do Atlético-MG, aumentando a participação em julho de 2024 com mais R$ 200 milhões. Os valores estão registrados na documentação da CVM e conferem com os números divulgados oficialmente pelo clube.
Por meio do aporte, Vorcaro passou a deter 26,9% da Galo Holding S.A., que controla a SAF. O restante das ações é dividido entre Rubens e Rafael Menin (55,7%), Ricardo Guimarães (8,4%) e o FIGA, fundo de torcedores com 9% de participação.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, os fundos Olaf e Hans, citados na cadeia de investimentos, “são apontados como pilar central da estrutura do crime organizado sob apuração, sendo instrumentalizados para diversos propósitos criminosos, principalmente a ocultação e lavagem de capitais”.








