Outros times paulistas são investigados

O documento final das investigações sobre o esquema envolvendo Corinthians e Vai de Bet, encaminhado ao Ministério Público, revela que o PCC manteve relações com dirigentes de mais três clubes paulistas.

Augusto de Melo, ex-presidente do Corinthians . Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
© Ettore Chiereguini/AGIFAugusto de Melo, ex-presidente do Corinthians . Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

O relatório encerra a apuração sobre o desvio de R$ 1,4 milhão no contrato de patrocínio entre o Corinthians e a Vai de Bet. Durante o rastreamento dos valores, surgiram evidências de que membros de facções criminosas também atuaram em transações ligadas a outros clubes, incluindo o São Paulo.

Possível ligação com outros times

Dirigentes do Água Santa, de Diadema, já haviam sido associados a integrantes do PCC em etapas anteriores da investigação. Inicialmente focada no contrato de patrocínio do Corinthians, a apuração avançou e acabou chegando ao São Paulo durante o rastreamento dos recursos desviados.

Dirigentes do São Paulo nos últimos anos. Foto: Abner Dourado/AGIF

A conexão com o clube Tricolor envolve transações de jogadores intermediadas pelas empresas UJ e Lion. As mesmas companhias, agora sob suspeita, também participaram de negociações envolvendo o União Barbarense, de Santa Bárbara d’Oeste.

Embora o caso envolvendo o Corinthians tenha sido encerrado, a polícia deve abrir ao menos dez novos inquéritos. Os investigadores acreditam que o aprofundamento nas atividades das empresas envolvidas pode expor um esquema ainda mais amplo de crimes no futebol brasileiro.

Investigação envolvendo dirigentes do Corinthians

O relatório aponta ligações suspeitas entre dirigentes do Corinthians e criminosos. Haroldo Dantas, do Conselho Fiscal, é citado por decisões duvidosas, como a venda de Wenrry à UJ Football. Já Augusto Melo teria se envolvido com a empresa antes mesmo da eleição, além de ser apontado como beneficiário indireto de verbas do Água Santa usadas na sua campanha presidencial.

A apuração sobre o desvio de recursos no Timão foi concluída com o indiciamento de cinco pessoas por furto, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Entre os alvos estão o presidente afastado Augusto Melo, o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano, o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura, o ex-chefe do jurídico Yun Ki Lee (que atuou entre janeiro e maio de 2024) e Alex Cassundé.