Nova estrutura política no Morumbi

A decisão de Julio Casares de aproximar Márcio Carlomagno do departamento de futebol marca uma mudança relevante no São Paulo. O movimento, segundo apurado, vai além de uma simples tentativa de recuperar o time dentro de campo.

RJ – RIO DE JANEIRO – 17/04/2024 – BRASILEIRO A 2024, FLAMENGO X SAO PAULO – Julio Casares presidente do Sao Paulo antes da partida contra o Flamengo no estadio Maracana pelo campeonato Brasileiro A 2024. Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
© Jorge Rodrigues/AGIFRJ – RIO DE JANEIRO – 17/04/2024 – BRASILEIRO A 2024, FLAMENGO X SAO PAULO – Julio Casares presidente do Sao Paulo antes da partida contra o Flamengo no estadio Maracana pelo campeonato Brasileiro A 2024. Foto: Jorge Rodrigues/AGIF

Nos bastidores, a iniciativa é vista como uma ação com impacto político direto, especialmente diante da aproximação do período eleitoral no clube. Carlomagno, até então figura técnica, passa a ter protagonismo no cotidiano tricolor.

O superintendente financeiro, que já gozava de prestígio interno, ganha visibilidade e começa a ser citado como um possível sucessor natural de Casares. O novo arranjo coloca Belmonte em uma posição mais isolada na estrutura atual.

Distanciamento com Belmonte

A ascensão de Carlomagno reforça também o distanciamento entre Casares e Carlos Belmonte, diretor de futebol. O dirigente, que mantém boa relação com parte do Conselho, tem sido cotado como um dos nomes da oposição para as eleições de 2026.

Nos últimos meses, a relação entre os dois esfriou. Fontes internas relatam que as conversas diretas ficaram mais raras e que algumas decisões passaram a ser tomadas sem a participação conjunta dos dois.

Tensão e ruídos internos

O episódio que expôs o mal-estar entre as partes foi uma mensagem enviada por engano pelo diretor de comunicação do clube, José Eduardo Martins. O texto, de tom pejorativo em relação a Belmonte, vazou em grupos de WhatsApp e causou forte desconforto.

Apesar do desgaste, Casares e Belmonte mantêm um convívio institucional. No entanto, aliados de ambos confirmam que a confiança entre eles não é mais a mesma. Nos bastidores, há quem diga que a tensão política começou a interferir na rotina esportiva.

Projetos suspensos e divergências

Entre as divergências mais recentes está a criação de um fundo de investimento para categorias de base, proposta defendida por Belmonte e que acabou sendo congelada por Casares.

Casares – Foto: SPFC Play

A medida reforçou a divisão de ideias sobre o modelo de gestão que o São Paulo deve adotar nos próximos anos. Carlomagno, por sua vez, é apontado como o nome da “continuidade” — mais alinhado ao presidente. A tendência é que ele amplie seu papel nas decisões financeiras e esportivas de 2026.

Belmonte segue no cargo

Mesmo com o ambiente político turbulento, Carlos Belmonte não pretende deixar o cargo. O dirigente garante que continuará exercendo suas funções normalmente e não pretende pedir demissão.

Internamente, a avaliação é de que Belmonte ainda tem peso e representatividade dentro do clube, especialmente junto aos conselheiros. O São Paulo, por ora, tenta equilibrar a gestão em meio às disputas de bastidor que já esquentam o cenário eleitoral.