Problemas financeiros do Santos
O Santos projeta um déficit de R$ 94 milhões para a temporada de 2026, mesmo com previsão de crescimento de 40% nas receitas do clube. O orçamento foi votado e aprovado na noite de segunda-feira (1º) pelo Conselho Deliberativo e corresponde ao último ano da gestão do presidente Marcelo Teixeira, segundo informações do Globo Esporte.

De acordo com o documento, o clube estima receitas totais de R$ 592 milhões em 2026, contra R$ 423 milhões previstos para 2025. Dentro desse montante, R$ 178,7 milhões são considerados valores extraordinários, principalmente provenientes de possíveis negociações de atletas.
Apesar do crescimento expressivo de arrecadação, o orçamento também prevê despesas significativas. Somente para pagamento de dívidas acumuladas, compromissos com atletas e obrigações jurídicas, o Santos projeta desembolsar R$ 174 milhões. Quando considerados apenas receitas e despesas operacionais, sem o peso desses passivos, o clube trabalharia com um superávit estimado em R$ 79 milhões.
Fair Play Financeiro
O déficit projetado ganha ainda mais relevância por coincidir com a entrada em vigor do Fair Play Financeiro da Confederação Brasileira de Futebol em 2026. O novo mecanismo exigirá equilíbrio financeiro, com déficit zero. Por se tratar de um período de transição, clubes que apresentarem resultados negativos inicialmente receberão apenas advertências.
No planejamento esportivo, o futebol profissional terá aumento de 31% nos investimentos, saltando de R$ 290 milhões para R$ 381 milhões. Já as categorias de base também receberão reforço significativo, com o orçamento subindo de R$ 29 milhões para R$ 53 milhões.
Conselho fiscal de olho
Mesmo com a aprovação do orçamento, o Conselho Fiscal do Santos emitiu um parecer crítico. O órgão demonstrou preocupação com o déficit total e afirmou que, em um “cenário ideal”, não seria aceitável projetar um resultado negativo dessa magnitude. Entre as recomendações estão a renegociação de contratos, alongamento de dívidas de curto prazo, busca por financiamentos menos onerosos, cortes estratégicos de despesas e melhorias no modelo de contratações.
O cenário reforça que, apesar da expectativa de crescimento de receitas, o Santos seguirá convivendo com forte pressão financeira em 2026, exigindo mudanças estruturais para evitar novos rombos no médio e longo prazo.