“Vaca não dá leite, você tem que tirar”. Segundo um vídeo bem popular do filósofo e palestrante Mario Sergio Cortella, esse é o segredo da vida. Quem se depara com essa frase logo de cara pode acreditar que ela é bem obvia, mas basta alguns minutos de reflexão para entender a profundidade dessas palavras. Na vida, nada é entregue nas mãos, nem mesmo o leite da vaca, para conquistar o que desejamos é preciso ir atrás.
Mais do que buscar os nossos objetivos, é importante nos capacitar para ir de encontro a esses ideais. Na palestra em que Cortella desvenda o segredo da vida, ele diz que contou a frase a cada um dos filhos dele quando eles completaram 12 anos de vida. O palestrante ainda complementa afirmando que muitas vezes as pessoas querem elogiar ele e acabam dizendo “Cortella, você tem o dom da palavra”. Ninguém nasce sabendo, para produzir pensamentos tão valiosos, o estudioso afirma ter passado mais de 62 anos na escola como professor e aluno.
Quem também odiava toda essa relação de gênio é o astro do basquete brasileiro Oscar Schmidt. O único tupiniquim membro do Hall da Fama no esporte da bola ao cesto sempre detestou o apelido de “mão santa”, gosta de dizer firmemente que a mão dele era treinada, já que passou uma vida nas quadras aprimorando os lançamentos de 3 pontos, os tiros livres certeiros e toda a técnica que lhe garantiu tanto sucesso.
A relação com o poker
Quem chegou até esse ponto do texto, merece todos os agradecimentos deste humilde redator. A verdade é que no poker, “vaca também não dá leite”. Ou seja, para ser vencedor no esporte da mente não basta pagar a inscrição dos torneios e colocar ficha no pano, ou abrir os sites de poker e se inscrever nas mais variadas disputas, esperando que a sorte ou o acaso proporcione grandes resultados e uma forra significativa.
Para aqueles que desejam ser profissionais lucrativos de poker não existe outro caminho a não ser o estudo e a disciplina. Atualmente, o poker é muito mais competitivo do que outrora, os chamados “softwares” de apoio são capazes de desvendar quais as melhores jogadas, por isso é fundamental estar cercado de uma rede de apoio e fazer uso de todo e qualquer mecanismo de auxílio para o jogo.
Assim como Cortella precisou estudar muito para se tornar uma referência na filosofia, Oscar Schmidt treinou mais do que os outros por muitos anos, os melhores jogadores de poker da atualidade se dedicam a exaustão para dominar o esporte da mente. Não é à toa que Yuri Martins, o brasileiro mais premiado segundo o “The Hendon Mob”, possui o apelido de “theNERDguy”, a conta que ele pilota com maestria no PokerStars.
O termo “nerd” significa uma pessoa muito dedicada aos estudos e isso o jogador tupiniquim sempre comprovou ser. No brilhante documentário produzido no ano passado “A Nerd Story”, é possível observar a relação do estudo de poker na vida do jogador. Por vezes ele diz que faz aquilo por que gosta, não é uma obrigação, acaba resolvendo mãos nos horários de folga, porque sabe que aquela atitude só vai somar nos resultados dele.
O que fazer?
Quem está lendo esse texto e ainda dando os primeiros passos no poker precisa saber que existem dois lados neste jogo. O profissional e o recreativo, aquele que encara o baralho como uma diversão e passatempo. Não tem problema nenhum ver o esporte da mente como um lazer entre amigos, o jogo é mesmo muito legal, pode gerar amizades, negócios e causar uma descarga de adrenalina que não existe em outras atividades.
Contudo, se a pretensão do leitor é um dia ser profissional, estudo e muita disciplina precisam estar nos planos. Ninguém nasce sabendo jogar poker, não existe pessoas com o dom do baralho intrínseco, ainda mais no atual momento de competição que vive o poker. Indiscutivelmente se aliar a um time, ou assinar os serviços de uma escola online são ferramentas que vão servir para perseguir esse ideal, mas só depende do próprio jogador, até porque como Cortella já identificou no segredo da vida: “vaca não dá leite, você tem que tirar” e “bracelete, troféu e grana não caem no colo, é preciso conquistá-los”.