Os jogadores de poker são seres humanos como qualquer um. Por trás dos resultados gigantescos que invariavelmente são divulgados, existem pessoas que enfrentam dilemas e inseguranças de uma vida real. Thales Morelli é um jovem profissional do “4Bet Poker Team” que prega nas redes sociais mostrar a realidade do jogo. Ele contou a história dele no esporte da mente com exclusividade para o Bolavip Brasil e revelou um valioso conselho para quem deseja subir os níveis de “buy-in”.
“O processo de mudança de ABI (average buy-in, ou seja, média dos valores de entrada nos torneios) pelo menos comigo foi uma coisa bem natural, acho que o ponto principal é o jogador ter paciência e não querer dar um passo maior que perna, isso pode atrapalhar a carreira”, recomendou o jogador que passou também pelo “Flow Poker Team” e trabalha como redator da comunidade “RegLife”, uma escola online que possui Yuri Martins e Gustavo Mastelotto como sócios e instrutores.
“Tem que ter um apoio e saber por onde começar a estudar, seja por uma comunidade como a ‘RegLife’ ou um time como o ‘4Bet’, ter alguém que te dá esse suporte no começo é bem importante”, complementou Thales que no poker online já conquistou 3 títulos de GGMasters e no jogo presencial possui como melhor resultado um 6º lugar no Evento #2 (R$ 1.000 Start-Up Road To PSPC) do BSOP Winter Millions, onde recebeu R$ 41.750.
E foi justamente no jogo presencial que Thales acabou se apaixonando pelo esporte da mente. Apesar de ter conhecido o baralho por intermédio dos tios, quando ainda tinha 15 anos, foi por volta de 2015 que ele foi em um clube pela primeira vez. Natural de Marília, no interior de São Paulo, ele cravou a primeira disputa que participou e não quis mais parar. “Depois de ganhar dois meses de salário em uma noite, a chama do poker se reascendeu e comecei a jogar mais, indo atrás de materiais gratuitos para estudo”, comentou o jogador que na época trabalhava como recuperador de crédito.
Profissionalização e ascensão
Após ser picado de vez pela “mosca do baralho”, Thales precisou se dividir entre o poker e os estudos na faculdade de Engenharia. “Meu pai meio que me obrigou a terminar a faculdade, para ter um diploma”, disse ele. O jogador contou que jogava online durante o dia e estudava à noite, tendo adquirido um bom volume de disputas e em 2019 entrou para o “4Bet Poker Team”, mas foi quando o mundo passou por uma série crise de saúde que ele obteve os melhores resultados.
“No início de 2020 veio a pandemia com aquele ‘boom’ do poker e aí consegui resultados sólidos, passando do time ‘Micro’ para o ‘Silver’, hoje estou no ‘Alphabeta’ e já são 4 anos de time”, revelou o craque que atualmente reside em São Paulo justamente para poder se dedicar também ao jogo presencial. “Na minha visão o ‘field’ acaba sendo muito mais fácil, porém, a variância é muito maior e acaba não tendo o longo prazo que temos no online”, analisou.
Projetos e sonhos
Thales também é um “streamer” de poker, fazendo “lives” das disputas que participa através do canal que administra na “Twitch”. Ele também produz um conteúdo diferenciado nas redes sociais e já conseguiu alguns patrocinadores. “Gosto demais da interação com o público e mostro a realidade do poker, quanto ganho e quanto perco, além de dar uns toques para a galera que está começando”, disse.
Como a grande maioria dos jogadores de baralho, o principal desejo dele é um dia disputar a chamada Copa do Mundo de Poker. “Meu grande sonho é ir para Las Vegas jogar a WSOP e viajar o Brasil e o mundo jogando poker. Não pretendo abandonar o online, mas amo viajar e com certeza essa seria a vida dos sonhos. Tenho certeza que nos próximos anos vou concretizar vários deles”, planejou o jogador que possui um grande futuro pela frente.