O baralho moderno, com 52 cartas, foi criado pelos franceses no século XVI. Desde então as cartas com figuras, são conhecidas como valete, rainha (ou dama) e rei. Na maioria dos jogos, como no poker, essa é a ordem de valor delas, também, com o rei sempre tendo maior importância que a rainha. No entanto, uma jovem holandesa de 23 anos se incomodou com esse fato e decidiu inovar, criando um baralho sem gêneros.
“Se temos essa hierarquia de que o rei vale mais do que a rainha, então essa sutil desigualdade influencia as pessoas em sua vida diária, porque é apenas outra maneira de dizer ‘ei, você é menos importante’. Mesmo desigualdades sutis como essa desempenham um grande papel”, disse em entrevista a psicóloga forense Indy Mellink, autora dessa novidade que substitui as cartas por símbolos que representam o ouro, a prata e o bronze.
Primeiramente foram produzidas 50 peças desses novos baralhos, adquiridos pela família e amigos da jovem holandesa. Depois disso, ela aumentou a produção e passou a vender de maneira online. Estima-se que cerca de 1.500 conjuntos de cartas já foram vendidos, inclusive para outros países europeus, como a Bélgica e a Alemanhã. Mellink também diz que alguns produtos foram enviados até mesmo para os Estados Unidos e que a maioria dos jogadores nunca teve essa consciência de gênero.
Ainda é muito cedo para afirmar que o novo baralho será usado em competições oficiais de poker, por exemplo, mas a Associação Holandesa de Bridge, um outro esporte da mente já testou a novidade. “É bom refletir sobre a neutralidade de gênero”, disse Berit van Dobbenburgh, presidente da entidade. Para ele seria muito complicado fazer uma mudança formal, já que exigiria uma atualização na regra.
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