Quem é Vitor Roque e por que seu momento no Palmeiras está em pauta?

Vitor Roque, o “Tigrinho”, é o nome que domina as manchetes do futebol brasileiro em 2025. Aos 20 anos, o atacante vive o auge técnico e emocional no Palmeiras, clube que apostou todas as fichas para repatriá-lo do Barcelona e transformá-lo na nova referência de um elenco que sonha em fazer história.

A trajetória de Vitor Roque, do Palmeiras — Foto Marcello Zambrana e Anderson RomãoAGIF
A trajetória de Vitor Roque, do Palmeiras — Foto Marcello Zambrana e Anderson RomãoAGIF

Na reta final do Brasileirão e às vésperas do Mundial de Clubes da FIFA, o camisa 9 carrega mais do que a faixa de artilheiro: carrega a expectativa de uma torcida que vê nele a chance de conquistar o título mais cobiçado da história alviverde.

Com estilo explosivo, presença de área e instinto raro para o gol, Roque é tratado como um craque geracional, símbolo da nova era financeira e esportiva do Verdão. Abaixo, conheça a trajetória de quem tem orgulho de vestir branco e verde.

Como nasceu o “Tigrinho” que o Brasil aprendeu a admirar?

Desde muito jovem, Vitor Roque mostrou que o talento não viria acompanhado de timidez. No Cruzeiro, estreou ainda adolescente e, mesmo em um momento conturbado do clube na Série B, chamou atenção pelo faro de gol e pela força física incomum. Sua transferência ao Athletico-PR, em 2022, rendeu polêmica e disputa nos bastidores, mas se provou o passo decisivo para transformar o garoto em realidade.

No Furacão, amadureceu sob o comando de Felipão e se tornou um atacante completo: explosivo, veloz e com leitura de jogo surpreendente. A Libertadores de 2022 marcou seu nome, não apenas pelo protagonismo precoce, mas pela maneira como enfrentou zagueiros experientes sem se intimidar.

Em 2023, consolidou-se como ídolo da torcida rubro-negra, sendo o destaque do time também no Campeonato Brasileiro e entrando de vez no radar da Seleção Brasileira.

A transferência ao Barcelona, no início de 2024, coroou sua ascensão meteórica. O clube catalão via nele o herdeiro de uma linhagem de brasileiros que marcaram época no Camp Nou.

Porém, a transição para o futebol europeu revelou desafios inesperados: poucos minutos em campo, adaptação difícil e um cenário competitivo que limitou seu espaço.

O que deu errado na passagem por Barcelona?

A ida para a Europa parecia natural para quem surgia como sucessor de Ronaldo Fenômeno. O Barcelona via em Vitor Roque a promessa de um novo ciclo de ouro. Mas a realidade se mostrou diferente.

Entre 2024 e o início de 2025, o atacante enfrentou dificuldades de adaptação: idioma, esquema tático e forte concorrência no elenco limitaram seus minutos em campo. A imprensa espanhola questionava se sua ida havia sido precoce, um debate que ecoava entre torcedores e analistas brasileiros.

Com poucos jogos e rendimento irregular, o “Tigrinho” acabou sendo colocado no mercado. Foi o início de uma reviravolta que mudaria o rumo de sua carreira para sempre.

Quando o Palmeiras decidiu desafiar o mercado mundial?

O anúncio pegou o mundo do futebol de surpresa. Em janeiro de 2025, o Palmeiras oficializou a contratação definitiva de Vitor Roque junto ao Barcelona, em uma das maiores negociações já registradas no futebol sul-americano.

Leila Pereira, presidente do clube, apostou alto: trouxe o astro para substituir Endrick e projetar o Verdão no cenário global. A operação foi considerada ousada, e histórica.

O Palmeiras superou propostas de gigantes europeus que queriam o jogador por empréstimo e o convenceu a voltar ao Brasil para ser protagonista. A apresentação na Academia de Futebol foi digna de ídolo: estádio lotado, transmissão ao vivo e um recado direto da presidente, o Palmeiras queria ser mundial.

O que representa Vitor Roque dentro de campo em 2025?

A resposta veio rapidamente. Em menos de uma temporada, Vitor Roque assumiu o papel de líder técnico e emocional do elenco. Com gols em todas as competições — Paulista, Copa do Brasil, Libertadores e Brasileirão — o atacante soma 20 gols e 5 assistências em 52 jogos.

Sob o comando de Abel Ferreira, ele se tornou o centro do sistema ofensivo, aproveitando a intensidade e a verticalidade que o técnico português tanto preza.
Mas junto com o sucesso, veio o peso: o Palmeiras passou a depender demais de seu camisa 9.

O Palmeiras se tornou refém do “Tigrinho”?

A expressão “Vitor-dependência” passou a circular entre comentaristas. Parte da torcida acredita que o time joga para ele, e não com ele. O atacante, por sua vez, mostra personalidade: busca o jogo, arrisca, chama a responsabilidade. Mas em alguns momentos, a ânsia de decidir tudo sozinho o leva a decisões precipitadas.

A pressão é inevitável. Desde a saída de Dudu, o torcedor procura um novo herói. E o próprio Roque sabe que o investimento feito nele exige respostas em campo.
A missão é clara: conduzir o Palmeiras ao título Mundial de Clubes.

E quando o brilho é ofuscado por uma polêmica?

O ano de Vitor Roque não se resume aos gols. Recentemente, o nome do atacante também ganhou espaço fora das quatro linhas. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) marcou para o dia 17 de novembro o julgamento do jogador, por uma publicação considerada de teor discriminatório feita em suas redes sociais após o clássico contra o São Paulo, no início de outubro.

Segundo o site Lei em Campo, especializado em direito esportivo, o caso será analisado pela 2ª Comissão Disciplinar do STJD, com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de manifestações discriminatórias.

A publicação foi rapidamente apagada e repudiada pelo clube, que orientou o jogador a se retratar. Ainda assim, o episódio gerou forte repercussão.
Se condenado, Vitor Roque pode ser suspenso por até dez partidas no Campeonato Brasileiro, um golpe duro para o Palmeiras em um momento decisivo da temporada.

Como o próprio Vitor Roque encara o peso da camisa e das expectativas?

O “Tigrinho” fala pouco, mas suas declarações mostram foco e maturidade: “A pressão no Palmeiras é diária, mas eu vim para cá por causa disso. Eu voltei para ser campeão”, disse o atacante, em entrevista recente após um jogo no Allianz Parque.

Em outra ocasião, fez questão de destacar o papel do treinador: “O Abel me deu a confiança que eu precisava. Aqui é um grupo unido, uma família. Todo mundo quer o mesmo objetivo.” A relação com o técnico português é de confiança mútua. Abel vê em Roque o jogador capaz de ser o rosto do Palmeiras nos próximos anos.

O que está em jogo no legado de Vitor Roque?

O contrato longo — válido até 2030 — mostra que o clube enxerga nele mais do que um artilheiro. Vitor Roque é o símbolo de uma virada estrutural: o Palmeiras agora compra do Barcelona, não o contrário.

Com as saídas de Dudu e Endrick, o atacante assume o desafio de ser o novo ídolo da geração alviverde. Se conquistar o Mundial, entrará definitivamente na história. Se falhar, será lembrado como o craque que carregou um peso talvez cedo demais.

O que o futuro reserva ao “Tigrinho”?

Com apenas 20 anos, Vitor Roque ainda tem margem para crescer, técnica, emocional e fisicamente. Seu futuro imediato passa por duas metas: manter o Palmeiras competitivo e continuar sendo convocado para a Seleção Brasileira.

O Mundial de Clubes será, inevitavelmente, o palco que decidirá sua narrativa: redenção ou cobrança. E para o próprio jogador, é a chance de provar que a Europa o subestimou.

E se o “Tigrinho” rugir mais alto que a pressão?

A história de Vitor Roque é sobre ciclos: a explosão precoce, o tropeço europeu e o retorno triunfal ao Brasil. Mas também é sobre segundas chances, a oportunidade de transformar decepção em glória.

O Palmeiras fez o impossível: trouxe de volta um fenômeno que o futebol europeu ainda não soube compreender. Agora, tudo converge para um único momento: o Mundial de Clubes.

Será que Vitor Roque conseguirá liderar o Palmeiras ao título mais sonhado da era moderna? Ou a sombra da pressão e o peso do investimento histórico serão fardos grandes demais, mesmo para o “Tigrinho”?