Estava demorando: rachou-se o elenco do Palmeiras?

O ambiente na Academia de Futebol do Palmeiras vive seu momento mais tenso desde a chegada de Abel Ferreira, em 2020. Dois dias após perder a final da Libertadores para o Flamengo — e prestes a ver o rival comemorar também o título do Brasileirão —, o elenco alviverde enfrenta não apenas uma crise técnica, mas um sério problema de relacionamento interno.

Andreas Pereira seria um dos 'pivôs' de racha do elenco do SEP no vestiário, diz repórter da Band
© Getty ImagesAndreas Pereira seria um dos 'pivôs' de racha do elenco do SEP no vestiário, diz repórter da Band

Em um ano marcado por um investimento que beirou os R$ 800 milhões, a tendência de terminar 2025 sem títulos aumentou a cobrança da torcida e elevou consideravelmente a pressão sobre Abel. Apesar disso, a presidente Leila Pereira insiste em renovar com o treinador até 2027, ignorando o clima de insatisfação.

Mas a ebulição não se limita à arquibancada. Segundo informações divulgadas por Lucas Bueno, do programa Os Donos da Bola, da Bandeirantes, o vestiário do Palmeiras está “rachado”, e dois nomes são citados como responsáveis por boa parte da divisão: Aníbal Moreno e Andreas Pereira.

Aníbal Moreno: irritação recorrente e conflitos em treinos

De acordo com o comentarista, fontes internas do SEP relataram que Aníbal tem protagonizado episódios frequentes de irritação nos treinamentos, chegando a abandonar atividades após discussões com companheiros. “Isso aconteceu diversas vezes”, revelou Bueno.

A postura explosiva já havia sido notada em partidas, como na cabeçada polêmica no clássico contra o Corinthians — atitude que, segundo pessoas ligadas ao dia a dia da Academia, apenas refletiu um comportamento que se repetia longe das câmeras.

Comportamento irritadiço e explosivo de Aníbal Moreno nos treinos tem desagrado no Palmeiras – Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Andreas Pereira: chegada imponente, aceitação difícil

Outro ponto de tensão envolve Andreas Pereira. A percepção interna é de que o meia chegou com postura de protagonista e com status elevado, o que irritou parte dos jogadores mais antigos. Apesar de ter se firmado rapidamente como titular, Andreas não conquistou o grupo fora das quatro linhas.

Bueno destacou que o perfil mais fechado do camisa 8 do Palmeiras contribuiu para a resistência interna. “Os jogadores que já estavam lá há mais tempo não gostaram da atitude do Andreas assim que chegou”, disse o comentarista.

Crise além do gramado

O cenário indica que o Palmeiras precisará lidar com um duplo desafio para 2026: reconstruir a confiança técnica e, principalmente, restabelecer a união do elenco. Abel Ferreira terá um trabalho duplamente mais complicado, pelo jeito.

O racha no vestiário escancara que, além das derrotas em campo, o SEP agora convive com uma crise de convivência que ameaça a competitividade de um dos projetos mais caros da sua história.