Astro do time campeão em 2011, alemão abriu portas dos Mavericks para craques como Doncic

Poucos astros podem ser colocados no pedestal dos maiores em qualquer aspecto do esporte. Entre eles, está Dirk Nowitzki, um dos estrangeiros de maior impacto na história da NBA. Ídolo dos Mavericks e campeão em 2011, o alemão abriu portas para que Luka Doncic chegasse ao estrelato.

Nowitzki teve seu último ano como profissional nos Mavericks ao lado de Doncic (Foto: Ronald Martinez/Getty Images)
© Getty ImagesNowitzki teve seu último ano como profissional nos Mavericks ao lado de Doncic (Foto: Ronald Martinez/Getty Images)

Draftado em 1998, Nowitzki desembarcou na NBA graças a um evento com atletas de outras nacionalidades em San Antonio, que enfrentaram um time de juniores dos Estados Unidos. Escolhido inicialmente pelos Bucks, Dirk foi trocado em uma negociação envolvendo três equipes e foi parar em Dallas.

Nowitzki: uma aposta certeira

Os Mavericks eram uma franquia relativamente jovem na NBA, mas que nunca havia brigado de fato por títulos. Com a chegada de Nowitzki, além da troca por um jovem armador chamado Steve Nash, a equipe ganhou muito talento e mudou de patamar. 

Foram anos excelentes para os Mavs, que alcançaram os play-offs após mais de uma década, em 2001. Daí para uma final de conferência em 2003, com amplo favoritismo diante dos Spurs. Entretanto, uma lesão no jogo 3 tirou Dirk da disputa e acabou com as esperanças do título inédito para Dallas, que era bem cotado na ocasião.

Mesmo com o desempenho no mais alto nível, o alemão oscilou em algumas decisões, como nas finais de 2006 contra o Heat. Dallas chegou a abrir 2-0 na série, mas acabou derrotado por 4-2. No ano seguinte, veio a resposta: Nowitzki foi agraciado com o prêmio de MVP de 2007. Conhecido por revolucionar o papel do ala-pivô na liga, Dirk se converteu no europeu mais influente da NBA, superando estrelas que fizeram sucesso nos anos 1990 como Vlade Divac e Toni Kukoc, mas que jamais foram protagonistas.

A coroação de Dirk

Nos seus 21 anos de NBA, Nowitzki caminhava fortemente para ser o melhor estrangeiro da liga, restava apenas a consagração como campeão para que não houvesse dúvida disso. Sem a parceria com Nash, que foi liberado aos Suns em 2004, coube a Jason Kidd, suprir o papel na armação. Hoje, Kidd é o técnico dos Mavs.

Em 2011, a recompensa veio em novo encontro com o Heat. Embora reforçado por Dwyane Wade e Lebron James, Miami sucumbiu e Dallas fechou o título com 4-2 na série e Nowitzki como MVP das finais. Lesões atrapalharam a fase final da carreira do alemão, que foi perdendo espaço até definitivamente se aposentar em 2019, sem jamais defender outra equipe na liga. 

Doncic: o menino de ouro

Nesse meio-tempo, surgia outro europeu em Dallas: Luka Doncic, escolhido no Draft de 2018 em troca com os Hawks por Trae Young, numa situação parecida com a de Nowitzki com os Bucks. Uma temporada de convivência entre os dois foi suficiente para pavimentar o futuro da franquia. Nowitzki se aposentava, mas não sem deixar uma última contribuição aos Mavs, sendo uma espécie de padrinho para Luka.

A adaptação do esloveno foi relativamente rápida: ele foi o melhor jovem da liga em 2019 e era visto pela comissão técnica como um atleta crucial, sobretudo para suceder Nowitzki. Não é como se ele já não estivesse no radar de Dallas: desde que defendia o Real Madrid, Doncic era acompanhado pelos Mavs, que não acreditavam que ele sobraria para ser o #5 escolhido em 2018. 

Contudo, como os Hawks também monitoravam e acreditavam que Young (#3) seria um melhor encaixe, a oferta foi de trocar a escolha para que Dallas pegasse Doncic, Atlanta ficasse com Young e mais uma pick de primeira rodada em 2019. Assim, Doncic foi a quinta escolha, e Trae a terceira, mas Atlanta vislumbrou sair ganhando na troca. Cam Reddish acabou sendo a pick em 2019, sem jamais alcançar o nível esperado. O resto é história.

Os bons anos de Luka desde então culminaram na temporada acima da média e com participação na final de 2024. Dallas fez um esforço para se tornar um time “europeu” com Nowitzki, plantando uma semente que está sendo colhida duas décadas depois.