No ano passado, uma tragédia se tornou notícia no Brasil inteiro, muito por obra das redes sociais, onde a história viralizou rapidamente: uma mulher trans morreu ao ser deixada para trás durante um incêndio em uma clínica na cidade de São Paulo, onde ela estava para colocar próteses mamárias. Agora, ela pode emprestar seu nome a uma rua da cidade.
Lorena Muniz tinha 25 anos quando viajou de sua terra natal, Recife, para a capital paulista. Segundo reportagem veiculada pelo UOL neste domingo (27), seu nome pode ser usado na Rua da Glória, no bairro da Liberdade — local onde ficava a clínica onde ela estava internada para realizar o procedimento. O projeto foi protocolado pela vereadora Érika Hilton (PSOL-SP).
“O caso da jovem Lorena não pode ser tratado como um fato isolado. É preciso atenção integral à saúde das pessoas trans, que deve contemplar todas as suas necessidades, garantindo o acesso, sem qualquer tipo de discriminação, às atenções básicas, especializadas e de urgência e emergência, incluindo acolhimento, acompanhamento, procedimentos clínicos, cirúrgicos e pós-cirúrgicos”, escreveu a política.
Relembre o caso
Lorena foi internada na clínica e sedada para o procedimento. Antes que começasse, um curto-circuito provocou um incêndio de grandes proporções. Médicos e enfermeiros saíram às pressas do local, mas Lorena foi deixada para trás. Ela só teve ajuda médica com a chegada dos bombeiros no local. Ela morreu após ficar cinco dias em estado grave, em coma.
Na época, o marido de Lorena, Washington Barbosa, afirmou que ela pagou R$ 4 mil pelo procedimento, que não deveria demorar mais do que uma hora. O caso mobilizou a comunidade LGBTQIA+, e a família da mulher teve assistência da vereadora Hilton e da deputada estadualErica Malunguinho (PSOL-SP).