Parece que as críticas sobre a postura de Renato Portaluppi em relação ao fato de ir jogar futevôlei na praia, em plena pandemia de Covid-19, despertaram no torcedor gremistanão apenas indignação sobre o fato, mas uma incerteza em relação ao trabalho do técnico tricolor.

Renato bateu no teto?
Renato bateu no teto?

Eu jamais contestarei o ídolo Renato. Dificilmente alguém será maior que ele na história. Talvez igual. Talvez faça mais que ele. Porém, ele sempre será Renato. Poréma postura como cidadão e os fracassos recentescolocam em xeque o futuro e a predileção da torcida em relação ao cargo de treinador do Grêmio.

Renato desde 2018 coleciona derrotas, polêmicas, frases de efeito e pouco futebol. Talvez, nós, gremistas, ainda na bolha dos títulos recentes, estejamos todos ainda sob efeito de tudo de bom que ele fez no comando do Grêmio.

Renato “só” conquistou o Gauchão em 2019, mas amargou eliminações duras na Libertadores e Copa do Brasil (Foto: Getty Images)

Sejamos sinceros: QUALQUER treinador viria demitido do Rio após o 5 a 0 que o Flamengo enfiou na gente. Digo mais, balançaria no Paraná, onde tivemos uma vantagem de 2 gols de diferença revertida pelo Athletico-PR. E setivéssemos levado 3 gols nos 90 minutos, não seria crime algum.

Não sei, mas não vejo o Renato mais com saco de estar aqui. Não o vejo mais motivado. Não sinto o Renato “de boas”, tranquilo, como aquele Renato de 2016 e 2017. Não sinto o Grêmio diferente em campo. Vejo um Grêmio burocrático, “feijão com arroz”, sem tesão.

Talvezuma zona de conforto “natural”, por conta dos títulos recentes, porém esse Grêmio aí pode mais. Eu já vi esse Grêmio “podendo” mais, e com estes mesmos jogadores. Tivemos muitas lesões, os reforços (alguns indicados por Renato) não foram bem. Porémo Grêmio não pode levar 5 a 0 do Flamengo, ser eliminado como foi no Paraná e sujeitar-se a apenas “participar” do Campeonato Brasileiro, como fez nos últimos anos.

Além de tudo, fica o sentimento de que nos anos de “boa colheita”, de grandes títulos, nós vencemos pouco: uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e uma Libertadores. Sinto que esse Grêmio dos últimos anos poderiamais.

Tenho sérias dúvidas e juro que, às vezes, não queria admitir, mas acho que o Renato bateu no teto. Tenho tatuagem do “homem gol” e sou mais um gremista que ama o Renato, o admira como ídolo por tudo que fez com a nossa camisa. Porém, ídolos são contados, ídolos erram, ídolos tem fim de ciclo. Acho que com Renato não pode ser diferente.