O ex-goleiro Aranha revelou que teve dificuldades para começar sua carreira profissional no futebol por causa de racismo. O ex-jogador já atuou no Ponte Preta, Atlético-MG, Santos e Palmeiras.

Aranha, na época em que era goleiro do Santos
© Getty ImagesAranha, na época em que era goleiro do Santos

Ele conta em entrevista ao canal Craque Neto 10 no YouTube que existe uma ideia errada de que “o goleiro negro não é confiável”, que não sai da cabeça dos dirigentes e treinadores de times, o que o impediu de fazer testes para algumas equipes

“Cresci com o estigma de que goleiro negro não é confiável, de que não vinga. Os diretores e os treinadores da minha juventude tinham esse princípio como uma verdade. Então, já dificultava para arrumar um teste”, diz Aranha.

Ele continua: “Depois que arrumava um teste, sempre demorava muito a avaliação e eu acabava trocado por um concorrente branco. Demorei por isso também”. Aranha também diz que o fato de ter começado em times pequenos o prejudicou.

Antes de chegar na Ponte Preta, ele passou por times como o Palmeirinha (SP) e o Ecus (SP), e só foi estourar em 2008, quando foi considerado o melhor goleiro do Paulistão pela Ponte Preta, que foi a vice-campeã.

“Mesmo na Ponte Preta, por eu ter vindo de divisões inferiores, tinha esse rótulo de jogador de quarta, quinta divisão. Para minha felicidade, em 2008, tinha quase trinta anos que a Ponte Preta não ia para uma final de Campeonato Paulista. E eu precisei ser o melhor goleiro daquela edição, ajudar o time a ir para a final defendendo pênalti para ser visto como um goleiro de primeira divisão”, finalizou.