Conselheiros querem pedir o título de 2005
O Internacional voltou a ter o Brasileirão de 2005 em pauta. O Movimento Sangue Colorado apresentou um requerimento ao Conselho Deliberativo pedindo que a direção do clube leve à CBF e ao STJD uma ação formal pelo reconhecimento do título daquele ano.

A iniciativa é justificada pelos integrantes como uma forma de promover uma “reparação histórica”. O campeonato em questão ficou marcado pela anulação de 11 partidas envolvidas no escândalo de manipulação de resultados comandado pelo ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho.
O tema voltou ao centro das atenções após o lançamento do documentário Máfia do Apito, no GloboPlay. Na produção, Edilson declara: “Eu mudei o campeão brasileiro. Sem a máfia do apito, a equipe campeã seria o Internacional, o campeão seria o Internacional.”
Autor do protocolo, o conselheiro Leonardo Aquino defende que a decisão seja assumida diretamente pela direção do clube. “Somos um movimento de oposição ao presidente Alessandro Barcellos. Queremos dar o respaldo a ele para que faça o que entender necessário, e se entender necessário”, disse.
Com o pedido formalizado, caberá agora à Mesa do Conselho repassar o tema à presidência. A decisão final ficará nas mãos de Alessandro Barcellos e da cúpula colorada nas próximas semanas.
Documento do conselheiro Leonardo Aquino
No documento, o conselheiro Leonardo Aquino ressalta o impacto negativo para o Internacional causado pela anulação de 11 partidas em 2005. Ele ainda lembra casos internacionais de manipulação de resultados, citando o Olympique de Marseille, que teve o título francês de 1992/1993 retirado e foi banido do Mundial de Clubes, e a Juventus, que foi rebaixada após o escândalo do Campeonato Italiano de 2005/2006.
Aquino baseia o pedido no artigo 2 do estatuto da Fifa, que trata da ética e lisura nas competições. “Todos os personagens dizem a mesma coisa, que o legítimo campeão seria o Inter. Só a Série A teve os jogos anulados. Queremos que o clube adote alguma iniciativa para pedir que seja reconhecido como campeão o Inter”, afirma o conselheiro.
O documento também relembra que, na época, o Inter sofreu pressão para não recorrer à Justiça Comum. “O Fernando Carvalho precisou assinar um documento que abria mão da ação de um sócio do Inter com uma liminar que impedia a CBF de entregar a taça. Ou ele assinava e reconhecia o Corinthians campeão, ou o Inter seria punido”, destacou Aquino.
Máfia do Apito em 2005
O escândalo da “Máfia do Apito”, revelado pela Revista Veja, mostrou que os árbitros Edilson Pereira de Carvalho e José Paulo Danelon manipulavam resultados em troca de dinheiro. Após decisão do STJD, as 11 partidas apitadas por Edilson na primeira divisão foram anuladas, e ele foi banido do futebol, enquanto os jogos de Danelon na Série B não sofreram alterações.
No Brasileirão de 2005, o Internacional teve apenas o duelo contra o Coritiba anulado, repetindo a vitória por 3 a 2. Já o Corinthians, campeão oficial, perdeu os dois jogos anulados, mas venceu o Santos e empatou com o São Paulo nas datas remarcadas, somando quatro pontos e garantindo três de vantagem sobre o Inter na liderança.