Quem é Alan Patrick e por que está em pauta hoje?
Alan Patrick é o atual meia-armador e capitão do Internacional, consolidado como a grande referência técnica e de liderança do elenco. O jogador, hoje com 34 anos, atingiu um patamar que poucos imaginavam em sua carreira, assumindo o papel de maestro do Colorado em meio à pressão por títulos que o clube não conquista há anos.
Sua visão de jogo refinada, passes precisos e liderança em campo fazem dele a principal esperança da torcida, que vê no camisa 10 um símbolo da luta para devolver o Inter ao protagonismo no cenário nacional e continental.
Qual foi a trajetória de Alan Patrick antes de se firmar no Internacional?
Revelado pelo Santos em 2009, o meia-atacante surgiu ao lado de Neymar e Paulo Henrique Ganso como uma das grandes promessas daquela geração dos “Meninos da Vila”. Em 2011, foi vendido ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por 4 milhões de euros.
Embora tenha mostrado qualidade técnica, a adaptação ao frio europeu e ao estilo de jogo foi difícil, ele defendeu o clube ucraniano por quase uma década, somando títulos nacionais e experiência em competições europeias, como a Liga dos Campeões e a Liga Europa.
No Shakhtar, conviveu com forte concorrência no meio-campo, mas ainda assim deixou sua marca com gols decisivos e boas atuações. Entre 2013 e 2015, foi emprestado a clubes brasileiros como Internacional, Palmeiras e Flamengo, sem grande protagonismo.
No Rubro-Negro, em 2015, mostrou qualidade técnica e ajudou em jogos decisivos, embora não tenha se firmado como protagonista. No Verdão, também em 2015, teve menos espaço, mas ainda assim se acrescentou ao grupo campeão da Copa do Brasil daquele ano.
Nessas passagens, viveu momentos de altos e baixos, sofrendo com lesões e irregularidade, o que atrapalhou sua consolidação como jogador de destaque no futebol brasileiro. No Palmeiras, o meia revelou que sofreu com diversos problemas físicos: “Infelizmente no Palmeiras sofri com lesões que atrapalharam muito meu desempenho”.
Quando Alan Patrick retornou ao Inter e qual era o contexto?
O retorno definitivo ao Internacional aconteceu em 2022, em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, que interrompeu seu ciclo de 11 anos no Shakhtar Donetsk. Com números expressivos no futebol europeu, onde fez 178 jogos, marcou 26 gols e deu 32 assistências, o meia chegou como a solução para o meio-campo colorado, carente de um camisa 10 clássico.
Diferente de sua primeira passagem discreta, Alan Patrick foi recebido com expectativa pela torcida e rapidamente assumiu o papel de líder técnico e referência criativa, resgatando a confiança e assumindo a missão de comandar o Inter em busca de títulos.
Quais foram os feitos de Alan Patrick em sua segunda passagem pelo Inter?
Desde sua volta, Alan se tornou líder de assistências e figura decisiva em campanhas importantes. Em 2023, foi o maior garçom da Libertadores, com cinco passes para gol, onde herdou a braçadeira de capitão. Em 2025 vive seu melhor momento na equipe gaúcha, até então já marcou 17 gols e deu 12 assistências em 37 jogos na temporada.
O veterano foi o grande nome da campanha do Internacional no título do Gauchão de 2025, que encerrou um jejum incômodo de conquistas que já durava desde 2016. O meia teve papel decisivo justamente na final contra o maior rival. No jogo de volta, na Arena do Grêmio, ele marcou um dos gols que garantiram a vitória colorada e a taça estadual.
Sua constância chamou atenção, sendo peça-chave em diferentes esquemas táticos de diversos técnicos que passaram pelo clube, em especial Roger Machado, que extraiu o melhor do meia durante sua passagem pelo clubes colorado. Pela equipe, já são 223 jogos, 56 gols e 40 assistências.
“É uma liderança completa. Dentro do campo faz um jogo que brilha os olhos de todo mundo”, destacou Roger Machado, ex-técnico do Inter.
Por que, apesar de ídolo, Alan Patrick é cobrado pela torcida?
Mesmo sendo considerado um ídolo recente da equipe, Alan Patrick enfrenta cobranças da torcida colorada. Isso porque, apesar da qualidade técnica e da liderança inquestionável, o Inter segue sem conquistar títulos de grande expressão, como o Brasileirão, vencido pela última vez em 1979, e a Libertadores, conquistada em 2010.
A dependência excessiva do meia é bastante questionada: em jogos decisivos, quando a inspiração individual não basta, o time sofre e ele carrega a pressão de resolver sozinho. O torcedor reconhece seu talento, mas exige que essa liderança se traduza em conquistas concretas.
Como a torcida colorada vê seu capitão?
Apesar das críticas, a maioria da torcida enxerga “Alanpa” como o grande ídolo da atualidade. Dentro e fora de campo, o meia recebe apoio, carinho e reconhecimento, sendo tratado como referência máxima da equipe.
Nas arquibancadas e redes sociais, os colorados destacam sua entrega e capacidade de fazer a diferença em momentos importantes. Para muitos, ele é um dos poucos jogadores que ainda justificam o deslocamento ao estádio, já que sua presença em campo é sinônimo de qualidade e esperança em dias melhores para o Internacional. Tainan Nunes, influenciador e torcedor do Inter destacou: “Alanpa é o único do Inter hoje que tu espera algo diferente”.
O que Alan Patrick diz sobre a responsabilidade de ser capitão do Inter?
Com a braçadeira no braço, o veterano sempre adota um discurso de liderança equilibrada. Ele reconhece o peso da camisa colorada, os anos de jejum de títulos e a cobrança vinda da torcida, mas faz questão de dividir as responsabilidades com todo o elenco.
Após a eliminação para o Flamengo na Libertadores de 2025, o meia ressaltou que o time precisa de mais “protagonismo”, destacando que a pressão não pode recair apenas sobre um jogador: “A responsabilidade é de todos, e acho que agora cabe a todos fazer uma reflexão”, disse Alan.
Qual o legado de Alan Patrick e o que esperar de seu futuro no Inter?
Com contrato renovado até 2027 após receber sondagens de clubes da MLS, Alan já figura entre os grandes meias da história recente do Internacional. Sua liderança técnica fazem dele peça central no projeto esportivo do clube para os próximos anos.
Aos 34 anos, ele enfrenta o desafio de se manter em alto nível em um futebol cada vez mais físico e dinâmico. A discussão entre os torcedores e analistas é até onde ele pode ir, mas o maestro ressaltou estar vivendo o seu melhor momento na carreira: “É o melhor momento da minha carreira. De maturidade, fisicamente tenho me sentido bem”.
Alan Patrick poderá ser maior do que já é no Internacional?
O meia chegou ao Internacional ainda jovem, em sua primeira passagem, como uma promessa que não vingou. Mais de uma década depois, voltou como maestro e capitão, reescrevendo sua história no clube com autoridade e talento. Independentemente do que ainda está por vir, sua segunda passagem já é marcante e o coloca em um lugar especial no coração dos torcedores do Colorado.
Será que Alan Patrick conseguirá ser o maestro a reger o Internacional de volta ao caminho dos grandes títulos? Ou seu legado será o de um grande jogador que liderou tecnicamente, mas não conseguiu a consagração máxima?