Críticas diretas e sem filtros
A goleada do Grêmio para o Bahia por 4 a 0, fora de casa, ainda repercute fortemente em Porto Alegre. O narrador Pedro Ernesto Denardin usou o microfone da Rádio Gaúcha para disparar contra o zagueiro Kannemann e a direção tricolor. Para ele, o argentino já é um “ex-jogador em atividade” e a decisão de renovar seu contrato por mais dois anos é “um erro grave e injustificável”. A fala repercutiu entre torcedores e dividiu opiniões.
Pedro Ernesto afirmou que o defensor não tem mais condições físicas e técnicas para atuar no mesmo nível de antes. “O Kannemann já deu tudo o que tinha que dar. Hoje é outro jogador, sem força e marcado pela arbitragem”, disse o comunicador, durante o programa Esportes ao Meio-Dia. Ele também apontou a renovação como mais um exemplo de “gestão emocional”, e não racional, por parte do clube.
O narrador ainda destacou o impacto financeiro da escolha. Segundo ele, o Grêmio assumiu um contrato alto sem retorno em campo. “É dinheiro jogado fora. São quase R$ 15 milhões em dois anos para um atleta que não entrega mais. O futebol brasileiro vive disso: gratidão acima da razão”, completou.
Erros decisivos e desempenho em queda
As críticas vieram após mais uma atuação insegura do zagueiro. Contra o Bahia, Kannemann falhou em três dos quatro gols sofridos pelo Grêmio, e voltou a ser apontado como símbolo de uma defesa instável. No primeiro gol, foi driblado com facilidade. No segundo, saiu da linha e abriu espaço. No último, se atrapalhou na área e permitiu o gol que fechou a goleada.
Os números também mostram a queda de rendimento. Em 2025, o argentino disputou 21 jogos e o Grêmio sofreu gols em 17 deles. Com ele em campo, o time tem apenas 38% de aproveitamento na temporada. O zagueiro também soma nove cartões amarelos e um vermelho, confirmando a perda de tempo de reação e de vigor físico.
Mesmo assim, a diretoria tricolor optou por renovar seu vínculo até o fim de 2027. A decisão, segundo fontes internas, teve peso político e levou em conta o histórico do jogador no clube. Para Pedro Ernesto, no entanto, esse tipo de escolha “mostra porque o Grêmio patina financeiramente e tecnicamente há anos”.
Pressão por mudanças e tentativa de reação
O técnico Mano Menezes tenta blindar o elenco e reduzir o clima de pressão após o resultado em Salvador. Durante a semana, a comissão técnica foca em ajustes defensivos e pode testar novas formações. Wagner Leonardo e Noriega aparecem como opções caso Kannemann seja poupado. A tendência é que o argentino continue entre os relacionados, mas sem garantia de titularidade.
O Grêmio volta a campo no próximo domingo, às 16h, diante do Juventude, na Arena, em Porto Alegre, pelo Brasileirão Betano. A equipe ocupa o 12º lugar, com 36 pontos, e ainda busca estabilidade para encerrar o campeonato em posição mais confortável. A reação dentro de campo será fundamental para aliviar a pressão fora dele.
Pedro Ernesto encerrou seu comentário com uma frase que viralizou entre torcedores: “Respeito a história do Kannemann, mas o presente é o que manda. Hoje, ele não existe mais como jogador”. A declaração resume o tom de cobrança que domina o ambiente do clube — entre o reconhecimento de um ídolo e a exigência por desempenho real.