Derrota expõe frustração e sensação de oportunidade perdida
O revés por 2 a 1 para o Fluminense, na Arena, deixou marcas profundas no Grêmio. A derrota praticamente encerrou a chance de briga por vaga na Conmebol Libertadores e estacionou o time nos 46 pontos do Brasileirão Betano. Mais do que o impacto na tabela, pesou o fato de ser a última apresentação em casa na temporada. O clima no pós-jogo refletiu frustração e cobrança interna.

Mesmo com apoio durante os 90 minutos, as vaias no apito final traduziram o sentimento do torcedor. Em campo, o Grêmio até reagiu após sofrer dois gols de Soteldo e diminuiu com André Henrique. Ainda assim, não conseguiu transformar volume de jogo em resultado. O discurso dos jogadores foi de cansaço, erros decisivos e um ano aquém do esperado.
Marlon foi um dos primeiros a falar e assumiu responsabilidades. O lateral reconheceu que o grupo projetava outro desfecho após a vitória sobre o Palmeiras. “Tomamos o primeiro gol no nosso melhor momento e depois sofremos outro em uma jogada boba”, disse. Para ele, o golpe foi sentido e o time acabou se expondo demais na tentativa de buscar o empate.
Peso físico, emocional e foco na última rodada
O camisa 23 também citou o desgaste físico e mental como fatores determinantes. “Acredito que a gente sentiu um pouco o ritmo no segundo tempo”, avaliou. Ainda assim, reforçou a necessidade de encerrar o Brasileirão Betano com dignidade. “Agora é ir para Recife buscar a vitória e fechar o ano melhor”, completou, tratando as vaias como parte natural do futebol.
Na sequência, Marcos Rocha ampliou o tom e trouxe uma análise mais estrutural do momento do clube. Experiente, o lateral-direito classificou as vaias como “um resumo do ano”. Segundo ele, lesões e falta de opções impactaram diretamente o rendimento coletivo. “O clube começou um ano difícil e perdeu jogadores importantes ao longo do caminho”, afirmou na zona mista.
Cobrança direta por planejamento e definição do técnico
Rocha foi além e cobrou planejamento claro para 2026. “O Grêmio, pela grandeza que tem, não pode se acostumar a brigar para não cair”, disse. Ele defendeu o trabalho de Mano Menezes e apontou a necessidade de definição rápida sobre o futuro do treinador. “Seria muito ruim começar o ano sem saber quem vai comandar o time”, alertou.
Para o lateral, o novo presidente precisa usar dezembro para agir. “Planejar um bom elenco, contratar certo e dar opções ao treinador”, resumiu. Rocha ainda ponderou que, diante do contexto, até uma vaga na Libertadores seria acima da realidade. “Pelo cenário, seria um grande feito”, afirmou, deixando claro o tamanho da reconstrução necessária.
Autocrítica, cobrança e olhar voltado para 2026
Outros líderes, como Willian, também reconheceram a frustração da arquibancada e trataram as vaias como legítimas. O recado interno foi direto: vencer o Sport, assegurar vaga continental e iniciar uma reorganização profunda. No Grêmio, a temporada ainda não terminou, mas a cobrança por um 2026 mais competitivo já começou de forma pública e contundente.