O volante brasileiro Vitinho, que atuava pelo Urartu e irá se apresentar ao Alashkert, ambos da Armênia, relata que a diferença cultural no futebol entre a Armênia e o Brasil partem desde a alimentação até os dias em que ocorrem os jogos, mas uma coisa é comum nos dois países: a paixão da torcida pelo esporte.

Vitinho em ação pelo Urartu (Foto: Divulgação/Urartu)
Vitinho em ação pelo Urartu (Foto: Divulgação/Urartu)

Para ele, a torcida armênia é um combustível a mais para se doar em campo. O jogador afirma que atuar no país se torna ainda mais prazeroso pelo carinho que recebe das arquibancadas, principalmente das crianças.

“É uma torcida muito carinhosa, que abraça o jogador e até por isso se torna muito prazeroso jogar aqui. É uma energia extra que temos para correr, para dar o máximo e não tem explicação, é uma torcida apaixonada”, relata Vitinho.

“Por ter uma academia de futebol no clube, existem muitas crianças na faixa dos 10 aos 15 anos que acompanham os jogos, e eles me amam por aqui. É incrível o que eles fizeram por mim, gritando meu nome nos jogos e sou muito grato a Deus por vivenciar isso. Nunca vivenciei isso na minha carreira e o carinho e admiração que eles passam é uma coisa inexplicável”, declara.

Vitinho está na Armênia desde 2019 (Foto: Urartu)

Já com relação à alimentação, Vitinho comenta que há algumas diferenças em relação ao que estava acostumado no Brasil, mas que consegue adequar as refeições em casa para lembrar da origem brasileira.

“A alimentação é diferente, mas como vivo com a minha esposa, tentamos nos aproximar da comida brasileira o máximo possível. A maioria dos ingredientes que comemos no Brasil, temos aqui também, menos o tempero. Quando como no clube existe essa diferença do que costumo comer em casa”, diz.

Já em dias de jogo, o volante cita que alguns times até organizam tradicional concentração antes das partidas, mas que no Urartu existe outra forma para os jogadores irem aos jogos.

“Alguns times da Armênia adotam a concentração e ficam em hotel um dia antes da partida. No Urartu a filosofia é diferente e é seguida uma programação pré-estabelecida para chegar algumas horas antes no local do jogo”, diz.

Como em grande parte dos países europeus, o inverno da Armênia também conta com temperaturas muito baixas, e Vitinho conta que é preciso utilizar roupas especiais para não sofrer com o frio.

“O frio aqui acaba sendo um pouco rigoroso, e já cheguei a enfrentar pré-temporada com -14°. O clube não recomenda nada diferente durante esse período, mas eu sigo a minha própria recomendação pra me agasalhar e evitar algum tipo de machucado, usando roupas térmicas, luvas, gorro, e procuro sempre proteger principalmente as mãos e os pés, que são locais que demoram para esquentar, para que não me afete tanto quando vou treinar ou jogar”, finaliza.