O Bahia voltou a vencer após oito jogos sem vitórias. A equipe superou o América-MG, na Arena Fonte Nova, no último domingo (6), por 3 a 1, e deixou a zona de rebaixamento. Agora, o Tricolor ocupa a 16ª posição e, após o triunfo, Renato Paiva fez um desabafo sobre as críticas que vem recebendo pelo trabalho realizado.
“O massacre que sofremos contra o São Paulo traduziu-se em três arremates do Bahia no gol paulista, mas só acertamos duas vezes no gol, contra 16 do São Paulo, que de fato acertou 10 na meta e Marcos Felipe fez uma grande exibição. Não acho graça quando o Bahia faz exibições em que falha no gol e os goleiros fazem as defesas, dizem que o Bahia é ineficaz”, disse Renato Paiva.
“Quando Marcos faz um monte de defesas, o Bahia não sabe se defender. Estão sempre puxando o negativo ao invés do positivo. Foi um jogo muito bom da minha equipe na linha de muitos que fizemos aqui em casa e portanto é uma vitória importante, três pontos e vamos continuar trabalhando“, afirmou na entrevista coletiva.
Renato vai cair?
Nas últimas semanas, muitas notícias sobre Paiva estar na corda bamba no comando do Bahia agitaram os bastidores do Clube. O treinador, por sua vez, foi sincero a respeito das críticas que vem recebendo por seu trabalho. “Primeiro, as únicas notícias que eu vejo são as que meu assessor, que está no Rio de Janeiro, me manda. Não tenho redes sociais, não vou na internet, tento não assistir programas de TV, a não ser que o meu assessor de imprensa me diga o que tenho que rebater, porque há algumas mentiras que tenho que rebater. O que eu faço é focar no meu trabalho com os jogadores“, iniciou o comandante.
“Alguém vai me perguntar a reação dos jogadores no segundo gol? Não, é normal. É normal quando os jogadores vem festejar comigo. É normal que ninguém pergunte. Sabe por que? É pelo negativo. Os jogadores estiveram com Paiva, mas é melhor dizer que vem Ceni, Beccacece. Que Paiva castigou Vitor Hugo“, pontuou o treinador.
“Essa semana disseram tanta mentira, que a única coisa que eu faço, das duas uma, ou me contamino com isso e me suicido ou vou embora, ou então continuo trabalhando forte, firme como estamos fazendo eu e os jogadores. Não temos feito exibições a nível do que se queria, mas temos uma ideia de jogo, o Bahia tem uma ideia de jogo, apesar de algumas pessoas acharem que não tem“, ressaltou Paiva, mostrando confiança em sua permanência e sequência de trabalho no Bahia.
“Às vezes não dá para colocar uma ideia de jogo em prática, porque os adversários também jogam. Jogar no Morumbi contra o São Paulo não é fácil, mas a gente quer massacrar o São Paulo no Morumbi. Paciência, não consigo entender essas análises. A não ser constantes ataques aos treinadores que se sentaram aqui, todos foram alvos de ataque e é uma pena. Porque a nível nacional, eu já recebi elogios do SporTV e ESPN. Aqui, ao invés de defender o que aqui temos, atacamos. É uma pena“, continuou.
Sobre as reações da torcida do Bahia, que tem pedido por sua saída, o treinador compreendeu e tentou blindar os jogadores das críticas. “Quando a equipe está há muito tempo sem ganhar, é normal que a torcida peça a minha saída. Mas eu quero dizer para a torcida é extradordinário estar 34 mil pessoas aqui quando estamos na zona de rebaixamento. Continuam surpreendendo. Podem continuar pedindo a minha saída, eles e muitos de vocês [imprensa], me xingar, desde que não façam isso com os jogadores. Eles têm sido fantásticos. Deixar os jogadores jogarem e depois manifestar-se como pedi no intervalo e no fim. Mas de fato, estando a equipe com estes resultados negativos, estando na zona de rebaixamento, olhar para esse estádio vê-lo cheio e ainda por cima apoiando o time, nossa torcida é absolutamente fantástica”, completou, por fim.