Em longa entrevista ao colega Mauro Cezar Pereira, do UOL Esporte, Jorge Salgado passou a limpo as finanças do Vasco. Reconheceu que vem encontrando dificuldades para administrar o clube com uma dívida avaliada hoje em R$ 830 milhões. E olha que o presidente já injetou nos cofres cruz-maltinos R$ 23 milhões em empréstimos para sanar dívidas mais urgentes.

Thiago Ribeiro/AGIF
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Como o Vasco se encontra em situação complicada no âmbito financeiro, Salgado tenta driblar empréstimos com taxas altíssimas de juros. Por isso, a dificuldade do dinheiro entrar mais rapidamente em São Januário.

“A dívida trabalhista estamos trabalhando para tentar acordos. Mas você precisa ter dinheiro em caixa para oferecer de 40% a 60% para o credor. A gente está buscando o dinheiro, não está fácil. Tem dinheiro na mesa. Mas é um dinheiro a um custo muito elevado. Por se tratar de Vasco, todo mundo quer emprestar dinheiro como se fosse agiota. Quer me cobrar juros de 11 a 15% ao ano. Eu não vou tomar esse dinheiro em hipótese alguma”, revela Salgado.

Vasco vem batalhando na Série B em 2021, o que complicou a vida de Jorge Salgado fora dos campos (Foto:Heber Gomes/AGIF)

Em meio a reduzir a dívida total do clube pela metade até o fim do seu mandato, Salgado declarou, no momento de posse do cargo, ter o objetivo de conseguir uma receita de R$ 400 milhões anuais. Com a queda para a Série B, o projeto ficou um pouco mais complicado. O cartola, todavia, explica que o Vasco trabalha arduamente para atrair ”receitas extraordinárias”.

”Olhando para a receita atual e olhando para aquilo que planejamos na campanha, se seria compatível chegar a uma receita de R$ 400 milhões. É muito difícil, mas não é impossível. Existem alguns movimentos que poderão nos trazer receitas extraordinárias que não estão no nosso orçamento. Se isso acontecer, é possível chegar nos R$ 400 milhões. Se a gente conseguir essas receitas extraordinárias é possível chegar nos R$ 400 milhões ou até mais”, disse o presidente.

Salgado chegou a colocar o maior rival do Cruz-Maltino, o Flamengo, como modelo para que o clube de São Januário dê uma volta por cima. Antes de Rodolfo Landim, Eduardo Bandeira de Mello, em dois mandatos, priorizou arrumar financeiramente a situação rubro-negra, deixando a filosofia doselencos caros um pouco de lado.

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“Eu estou pegando o Vasco em uma situação parecida com o nosso maior rival. Você acompanhou a ascensão do rival, viu como é que ela se deu, os primeiros anos foram muito difíceis, quase caiu para a Série B, e a gente está em uma situação semelhante. Então a nossa direção, se a gente tiver seis, nove, os mandatos são de três anos, o primeiro mandato, o meu mandato vai ser um mandato de arrumação e de mostrar o caminho”, afirmou o atual mandatário vascaíno.