Rogério Ceni, principal treinador na história do Fortaleza, comunicou sua saída ao presidente Marcelo Paz na tarde da última segunda-feira (9). O comandante já desembarcou no Rio de Janeiro, onde é esperado na Gávea e deve assinar um contrato válido até 2021. Sua ida ao Flamengo dividiu opiniões nas redes sociais. Domènec Torrent, ex-auxiliar de Pep Guardiola, não resistiu e acabou sendo demitido do cargo. A diretoria do Leão já busca novos nomes no mercado.
Ainda sem técnico, o Fortaleza joga pelo Campeonato Brasileiro nesta quarta-feira, 11, em Salvador contra o Bahia. O técnico do sub-23, Marconne Montenegro, vai assumir a equipe no embate, com ajuda do auxiliar técnico de Ceni, Nelson Simões, que ficou para este último jogo. Alguns treinadores livres no mercado foram ventilados e especulados nos bastidores do clube. Dorival Júnior, Tiago Nunes, e até mesmo Vanderlei Luxemburgo ganharam força nas redes sociais.
Multicampeão pelo Leão, Ceni deixa um grande legado na capital cearense. Conquistou quatro títulos no clube: Série B do Campeonato Brasileiro (2018), Copa do Nordeste (2019) e o bicampeonato do Cearense (2018 e 2019). Com o técnico, o Tricolor fez grandes campanhas e conseguiu traçar um perfil de futebol inovador na equipe, alcançando a inédita participação na Copa Sul-Americana em 2020, a primeira internacional na história.
Nos bastidores, todavia, alguns diretores não gostaram nada da saída do treinador. Marcelo Paz, inclusive, falou sobre a postura flamenguista na negociação. “O Flamengo fez com o Fortaleza o mesmo que reclamou de o Benfica ter feito com ele no caso do Jorge Jesus. O Rodolfo Landim, o Bruno Spindel, todos têm meu telefone e bastava fazer uma ligação”. A saída conturbada de Ceni lembra um episódio semelhante que aconteceu em 2019, pouco mais de um ano atrás.
Na Toca da Raposa II, Ceni teve problemas com os atletas mais experientes do elenco, como o lateral Edilson eo meio-campista Thiago Neves. Sem ambiente favorável, ele foi demitido do clube por Itair Machado, então vice de futebol. Rogério dirigiu o Cruzeiro por oito jogos na campanha que acabou com o rebaixamento, com duas vitórias, dois empates e quatro derrotas. Pouco tempo depois, acertou seu retorno ao Fortaleza, onde fez sua segunda passagem.