Loco Abreu foi um dos jogadores mais marcantesa passar pelo Botafogo recentemente. Apesar de não ter conquistado grandes títulos, o uruguaio até hoje é lembrado pelos botafoguenses com enorme carinho e admiração. O jogo mais importante que o jogou realizou no Alvinegro foi contra o Flamengo, na final da Taça Rio, de 2010. O Glorioso estava muito pressionado por ter perdido a final para o maior rival nos três anos anteriores.
Em um pênalti contra o goleiro Bruno, o centroavante optou por umacavadinhae fez um chamado golaço. O confronto foi vencido pelo Fogão por 2 a 1 e o time ganhou o Estadual daquele ano. Ao programa “Troca de Passes”, doSportv, o artilheiro explicou por que optou por bater a penalidade daquela forma e ainda revelou uma conversa de bastidores com todo o grupo de jogadores.
“A gente tem que entender que quando vamos jogar uma final, temos que conhecer a história dessa final e o que vinha acontecendo. Tudo que se falava era que se o Flamengo chegasse à final com o Botafogo, “já era, meu irmão, é deles!” Se fosse para os pênaltis, “fodeu, é deles”. Aí falei: “Fodeu? Vamos atacar tudo. Agora vai mudar! E se tiver pênalti, vai ser decavadinha”. Por quê? Porque se estava todo mundo pipocando no pênalti (finais anteriores), então seria decavadinhamesmo, para mudar a situação de que sempre perdíamos para eles nos pênaltis. E deu azar que os dois gols nossos foram de pênalti. Herrera bateu o primeiro no meio e depois veio acavadinha”.
Sincero, Loco Abreu disse que aquele Botafogo não jogava bonito, mas era eficiente nas falhas dos adversários.
Loco Abreu é ídolo?
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“A gente começou devagar, ninguém acreditava na gente. Na final do primeiro turno, contra o Vasco, no Maracanã, a gente ganhou por 2 a 0. Mas de verdade? A gente jogava feio pra c****. A gente não sabia como ganhava, só sei que ganhou. Era bola no zagueiro era chutão para eu poder cascar para o Herrera fazer as trombadas lá. Brigava com todo mundo. A gente aproveitava muito as faltas. Encaixava muito a marcação. Isso sim era nossa especialidade, a marcação era chata mesmo. Ninguém gostava de jogar contra a gente. Se você olhasse o jogo do Botafogo, não tinha jogo. Era difícil poder decifrar a forma de jogar do Botafogo. Mas começou a rolar a bola e fomos bem no segundo turno. E aí veio aquela situação de brigar pelo título com a possibilidade de ganhar o Flamengo e ficar sem finais. Só que as matérias prévias daquele dia, ninguém dava chance para o Botafogo ganhar. Aquele Flamengo tinha Petkovic, Adriano, Vagner Love, o Bruno, que estava sendo avaliado para ser goleiro da Seleção, Léo Moura na lateral. Tinha um timaço. Mas daquele jeito que o Papai Joel nos treinou, a gente conseguiu com dois pênaltis e o pênalti parado pelo Jefferson, conseguimos aquela conquista. Entendo quando muitos torcedores de outros times dizer: “Pô, está comemorando só um Carioca?”. Mas para quem é botafoguense, para quem tem realmente aquele sentimento, o Botafogo vinha de 3 finais perdendo para o Flamengo. Então, não era só um Carioca a mais. Era uma maldição de não poder ganhar o Flamengo na final. E, graças a Deus, foi aquele elenco que conseguiu romper com aquela situação e conquistando o título. E por isso até o dia de hoje relembramos muito e fica aquela sensação de alegria, gratidão e satisfação”.