Aos 29 anos, o atacante Reis é mais um entre tantos brasileiros trilhando uma trajetória no futebol asiático atualmente. Há duas temporadas no Gwangju, da Coreia do Sul, o jogador se mostra cada vez mais adaptado à cultura e ao esporte local. Em entrevista exclusiva ao Bolavip Brasil, o goleador falou sobre alguns aspectos da nova fase em sua carreira:

Foto: Divulgação/Gwangju FC
Foto: Divulgação/Gwangju FC

“Está sendo muito bom. Toda a questão da cultura é o maior desafio assim que chegamos no país, mas aos poucos vamos conseguindo diminuir as dificuldades. O futebol aqui é mais corrido, mais físico”, comentou. Desde 2021 no clube coreano, Reis já anotou 16 gols e nove assistências, somando atuações pela K-League (Liga Nacional) e a Taça Coreana.

“Na medida do possível foi boa a adaptação. Aos poucos fui pegando como tudo funciona, não só dentro do clube e do futebol, mas também na vida em si. Hoje me encontro adaptado e feliz por aqui.

Revelado pelo Remo, o atacante revelou que guarda um carinho especial pelo clube paraense. “Quem acompanha minha carreira desde do início sabe que tenho uma conexão especial com o Clube do Remo, que me revelou no futebol, o time que a minha família sonhava em me ver jogar”, declarou. No Brasil, Reis somou passagens ainda por clubes como Confiança, Criciúma, Vila Nova e América-RN.

Atacante Reis em ação pelo Gwangju FC. – Foto: Divulgação/Gwangju FC

Acompanhe outros momentos da entrevista:

Você tem vontade de voltar para o futebol brasileiro?

Claro que sim, mas no momento acho difícil isso acontecer porque meu desejo atualmente é explorar mais o futebol no exterior e alcançar maiores objetivos. Mas nunca podemos fechar as portas para nada, ainda mais no futebol, onde tudo acontece de uma forma muito rápida.

Em sua opinião, qual foi o melhor momento de sua carreira?

No Confiança consegui ter números expressivos que fizeram grandes clubes do Brasil sondarem minha situação e isso me deixou muito feliz. Foi por conta desse destaque que hoje me encontro fazendo um bom papel aqui na Coréia. Mas tive um começo de carreira que foi fundamental para ser o que sou hoje: fui artilheiro e campeão Sub-17 pelo Clube do Remo e logo me tornei profissional ainda muito jovem e pude ser campeão paraense em 2012. Logo em seguida fui vendido para o Atlético Goianiense para disputar a série A do Brasileiro, porém uma lesão no quinto metatarso não me permitiu atuar em muitos jogos.

Outro momento bom da minha carreira que eu me recordo foi quando eu estive no grupo sub 23 do Internacional, onde tive a oportunidade de disputar os últimos jogos da copa do Brasil Sub-20, fui vice-campeão da Recopa Gaúcha e Campeão Gaúcho disputando as primeiras partidas com o Sub-23. Foi um privilégio ser titular desse elenco e jogar ao lado do Alisson, hoje goleiro da Seleção Brasileira, além de outros nomes como Aylon, Valdivia, Rodrigo Dourado, Cláudio Winck entre outros.

Quais são os grandes jogadores que você se inspira?

Existem muitos jogadores que eu admiro e gosto do futebol em si, mas particularmente os primeiros da minha lista são Cristiano Ronaldo e Neymar. O futebol deles me encanta e acredito que a quase todo Brasil e o mundo. É impressionante o que eles fazem e fizeram. No caso do Cristiano Ronaldo, o que eu mais admiro é vê-lo quebrar certas barreiras, paradigmas que o futebol estabelece. Ele nos mostra que tudo é possível para quem se dedica diariamente a favor de realizar seus objetivos, planos, metas, sonhos etc. E Neymar, ele é mágico! Considero um gênio, tenho muito orgulho dele ser brasileiro.

Tem acompanhado a Copa? Como você vê as chances do Brasil? Quem são as favoritas pra você?

Sim, estou acompanhando os jogos da seleção brasileira com a minha família, vejo a seleção como a favorita para levar o Hexa. Acredito que a França e Inglaterra são as que mais podem atrapalhar nosso caminho para conquista do título.

Tem alguma história que você gostaria de compartilhar com a gente?

Tem sim. Bom, eu estava jogando pelo América-RN na época, em um rachão no treino meu time perdeu e a aposta era ter que descolorir o cabelo. Eu e mais dois colegas descolorimos dois dias antes do jogo, que era o último do campeonato. Daí, o treinador deixou meus colegas e eu fora da lista do jogo. Por conta disso, não viajamos. Na semana seguinte fui chamado pelo presidente na sala e ele me perguntou porque eu não tinha sido relacionado para o jogo. Eu falei para ele que foi decisão do treinador. O presidente chamou o diretor e questionou a situação. Então, o diretor respondeu que, “De acordo com o treinador, o atleta Reis não viajou com o time e não foi relacionado para o jogo porque pintou o cabelo de loiro”.. Eu só sei que o presidente ficou muito bravo (risos).