A França chega em 2022 como uma das favoritas ao título da Copa do Mundo. Atual vencedora da competição, com campanha de extremo domínio na Rússia, quase quatro anos atrás, a equipe europeia renovou a geração no ciclo atual e tem jogadores até mais habilidosos que os vistos no título de 2018.

Com dois atacantes titulares que vivem momento de ápice, como Kylian Mbappé e Karim Benzema – que retornou à seleção no ano passado, e estava fora desde 2015 -, os Bleus não contam com muitas preocupações em relação à qualidade dos atletas à disposição do técnico Didier Deschamps. Mas há um fator que pode ser digno de atenção.
Se há quem acredite em superstição, um dado ganha muito valor. Desde o início do século XXI, apenas uma seleção conseguiu defender o posto de campeã mundial sem ser eliminada na fase de grupos da edição seguinte: o Brasil, em 2006. De resto, os outros países sofreram da conhecida “maldição do século”.
Antes, a própria França, em 2002, foi eliminada após vir de título na edição anterior, ficando na lanterna do Grupo A da competição, sem vencer e nem marcar gols. Em 2010, foi a vez da Itália ficar na lanterna do Grupo F, com dois empates em três jogos. Quatro anos depois, a Espanha não conseguiu manter o legado de títulos, e ficou pelo caminho, com a vice-lanterna no Grupo B da Copa no Brasil.
Na edição mais atual, em 2018, a Alemanha passou por um fiasco após ser campeã no Brasil, quatro anos antes. Se sobraram gols na campanha tetracampeã, foram apenas duas bolas na rede no Mundial da Rússia, e a lanterna do Grupo F, que teve Suécia e México avançando, além da Coreia do Sul no terceiro lugar.
Além dos exemplos existentes no século XXI, outros dois países vivenciaram a mesma maldição em décadas anteriores: em 1950, foi a Itália quem passou por isso: atual campeão, por ter vencido em 1938, na última edição antes da Segunda Guerra Mundial, a seleção europeia ficou em 2º lugar no Grupo 3, em que só passava um, e a Suécia liderou.
O outro país a vivenciar essa situação no século passado foi o Brasil, que em 1966 foi 3º colocado no Grupo C, atrás de Portugal e Hungria. Naquela época, a Canarinho defendia o bicampeonato consecutivo, em 1958 e 1962, e tinha Pelé como o camisa 10 da equipe.
Neste ano, a França terá um grupo muito parecido com o visto na Copa passada, em que saiu campeã. Assim como em 2018, os Bleus terão a Dinamarca como adversária, assim como o Peru ou a Austrália – ambos estiveram no Grupo C, quatro anos atrás, e agora se enfrentam na repescagem para definir qual deles irá ao Catar. Completando o quarteto deste ano, está a Tunísia.
Além de ser a atual campeã mundial, a seleção francesa vem de uma conquista recente, após bater a Espanha na decisão da Liga das Nações da Europa, em outubro do ano passado. Há 10 anos treinada por Didier Deschamps, a França também conta com um vice-campeonato da Eurocopa, em 2016.