Eduardo Leite causa mal-estar e Grêmio faz barulho às vésperas de novo treino; decreto na madrugada expõe pressão dos rivais nos bastidores

A pandemia do novo Coronavírusse alongabem mais do que o esperado. No Brasil, já se passaram de 10 mil óbitos pela Covid-19 – no último domingo (10), foram 496 vítimas – e a situaçãotende a ficar ainda mais delicada se a população não aderir ao isolamento social de momento. No futebol, ainda não há previsão de retorno das competições, porém já há gigantes que iniciaram os treinamentos tomando todas as medidas necessárias de proteção a seus respectivos elencos.

Um dos times que buscou uma rápida solução foi o Grêmio. Com exceção de Diego Souza, que está em quarentena após ser diagnositcado com Covid-19, o elenco tricolor retornou aos treinos na última semana – após liberação da prefeitura de Porto Alegre, porémno fim de semana o presidente Romildo Bolzan Jr foi pego de surpresa por uma série de “lambanças” do governador Eduardo Leite.

No último sábado (09), o político publicavaum decreto vetandoa continuidade dos treinosda dupla Gre-Nal. No novo modelo, o Rio Grande do Sulficava subdividido em 20 regiões e cada umadelas seria identificada por uma cor de bandeira que determina as medidas de prevenção ao contágio do coronavírus. Porto Alegre se encontrana área de cor laranja, que significa “risco médio” para o novo Coronavírus.

O fato fez com que ambas asdiretorias comunicassem à imprensa gaúcha, no fim da noite do último domingo (10), que as atividadesno Grêmio e no Internacional tinham sido canceladas. “Acomissão técnica e o departamento de futebol realizarão exames de rotina. Projeções para os próximos dias ainda não foram confirmadas”, informava a nota oficial do Grêmio.

O ex-diretor de futebol do Grêmio, Deco Nascimento, expôsseudescontentamento com a decisão. Através do Twitter, ele deu uma forte declaração, classificando o veredicto como ‘político’.“Esta decisão do governador é política, não é possível. Grêmio cumpre todos, sem exceção, os protocolos de prevenção contra a Covid-19. O que falar dos supermercados, onde com certeza não cumprem 10% daquilo que o Grêmio está fazendo. Falta de bom senso ou tem outro motivo?”, escreveu.

Mas eis que tudo mudou na madrugada desta segunda-feira (11). Por volta das 1h, o próprio Eduardo Leitevoltava atrás e liberava os treinos da dupla Gre-Nal. De acordo com o novo decreto, Grêmio e Internacional podem trabalhar com restrições e com 25% da capacidade nos seus respectivos Centros de Treinamento.

Segundo apurado por nossa equipe de reportagem, o governador cedeu às pressões da dupla e também da Federação Gaúcha. O próprio Romildo afirmou, em entrevista nos últimos dias, que, se o futebol não retornasse até o final da temporada, os clubes quebrariam, inclusive o Imortal.

“O Grêmio não sobreviveria se voltasse só no final do ano. É absolutamente impossível para qualquer clube brasileiro.Nós teríamos que suspender todos nossos compromissos com a folha de pagamento, suspender contratos”,disse Romildo.

*Nota atualizada da redação às 08h14