A quinta-feira (21) está realmente agitada no São Paulo. Não é para menos após a goleada por 5 a 1 sofrida para o Internacional, em pleno Morumbi, que tirou a liderança do Campeonato Brasileiro das mãos de Fernando Diniz. A sete jogos do fim, a pressão no comandante ficou praticamente insustentável, mas ainda assim está mantido, pelo menos, até o duelo contra o Coritiba, no próximo sábado (23).
De manhã, Júlio Casares desmarcou todos os compromissos para participar de uma reunião com a diretoria. Muricy Ramalho esteve presente junto de Carlos Belmonte, novo diretor estagiário, e Raí, executivo de futebol. A cobrança foi feita em todos os setores, desde Diniz até o elenco. Ninguém foi poupado.
“Esperamos uma reação imediata”, soltou Casares em nota oficial há pouco divulgada em sua conta no Instagram. “Ainda que machucados, estamos vivos numa reta final de Brasileiro, e não podemos, no calor das emoções, cometer atos que possam comprometer o que é melhor para o São Paulo, como já ocorreu num passado recente”, completou o presidente, fazendo alusão à permanência de Diniz no comando.
Há pouco, Raí e Daniel Alves, duas vozes de peso de direção e elenco, foram à imprensa “dar a cara a bater”, o que foi pedido cedo pela alta cúpula do Morumbi. O ídolo tricolor fez questão de respaldar o trabalho de Diniz, mas deixar claro que a mudança de postura vai acontecer a partir do próximo jogo.
“Na conversa depois do jogo nem se tocou nesse assunto (de demissão do Diniz). Confiança é total e o foco foi na recuperação (…) Tudo que o Diniz fez aqui durante esse um ano e meio só dá crédito para que ele continue e para que a gente acredite nessa volta por cima”, completou Raí sobre a confiança no técnico.
Daniel Alves veio logo em seguida responder às críticas da queda de rendimento recente no meio de campo.“Não acredito que houve uma queda de rendimento, você (repórter) pegou erros pontuais, são nítidos. Mas sou igual ao time do Diniz: ou sou muito bom ou sou muito ruim”, ironizou o camisa 10, que negou se esconder nos momentos mais complicados do time, o que muitos são-paulinos reclamaram nas redes sociais.
“Eu posso pecar por exceção e não por omissão, e tentarei fazer o melhor pelos meus companheiros e pelo meu clube. Sempre estou no olho do furacão. Eu serei o que vou sangrar mais, o colete e eu sempre quis ter isso, e que podem contar comigo na vida.Desde que juntou o Diniz com o Dani, ou a culpa é minha, ou é do Diniz, ou é dos dois. Eu já me acostumei com isso. E nunca vou me esconder”, completou Daniel.
Um dos entusiastas da contratação do técnico em 2019, o craque do São Paulo fez questão de demonstrar seu apoio ao comandante, independentemente se Diniz vier a ser demitido antes do fim do Brasileirão. Dani não poupou elogios à relação que tem com o comandante.
“As pessoas que trabalham aqui sabem que o melhor que pôde acontecer na vida deles foi ter o Diniz na vida deles. Porque ele instiga seus comandados a serem melhores todos os dias, a tomarem decisões. Ele prepara as pessoas para a vida. Por isso acho que a gente quer muito e ama muito esse cara, quem me dera se todo ser humano tivesse um Diniz na vida (…)Esse time que está sendo criticado é o mesmo time que devolveu ao torcedor a esperança de conquistar alguma coisa na temporada. Não nos abandonem nesse momento, precisamos do torcedor”, concluiu o camisa 10.