O Brasileirão deste ano tem corrido num ritmo mais acelerado que os demais. Com pouco mais de três meses de competição, já foram quase 17 rodadas completas, ou seja, praticamente metade do torneio já aconteceu. Com o jogo entre Palmeiras e Cuiabá, na noite desta segunda-feira (18), no Allianz Parque, faltarão apenas duas rodadas para o fim do primeiro turno.

Paulo Sousa, Fabián Bustos, Fábio Carille e Abel Braga foram quatro dos técnicos demitidos durante o Brasileirão deste ano
© Thiago Ribeiro/AGIF e Robson Mafra/AGIFPaulo Sousa, Fabián Bustos, Fábio Carille e Abel Braga foram quatro dos técnicos demitidos durante o Brasileirão deste ano

Além da rapidez no decorrer da Série A, outra coisa tem acontecido em um ritmo acelerado: a troca de treinadores nas equipes. Embora não seja uma surpresa no futebol brasileiro, o fenômeno acaba sendo mais intensificado que em outros países. Até o momento, foram 12 mudanças desde a primeira rodada, e 21, se pegarmos desde o começo da temporada, com as equipes que integram a elite do país neste ano.

Até aqui, o único time a mudar de técnico duas vezes durante o Brasileirão foi o Athletico-PR. O Furacão começou o torneio com Alberto Valentim no comando, e acabou demitindo-o logo na primeira rodada, após a goleada por 4 a 0 sofrida para o São Paulo. Para o seu lugar chegou Fábio Carille, mandado embora três semanas depois. Agora, quem tem dado um novo tom à equipe é Luiz Felipe Scolari, o popular Felipão.

Outras mudanças bastante precoces mudaram o rumo de certas equipes no torneio. No Inter, a saída do argentino Cacique Medina, ainda nas primeiras semanas da competição, e a chegada de Mano Menezes, teve como consequência um time com poucas derrotas e vivo no G-4. No Fluminense, a chegada de Fernando Diniz, no cargo que antes era de Abel Braga, também deu uma nova tônica à equipe, que é uma das sensações do Brasileirão.

Outro fator que chama a atenção nas trocas de técnico é a barreira de adaptação de alguns técnicos estrangeiros. Um deles é Fabián Bustos, protagonista de uma das demissões mais recentes no Santos; o Peixe ainda não definiu um substituto e conta com Marcelo Fernandes como técnico interino.

Você concorda com as demissões excessivas de treinadores no futebol brasileiro?

Você concorda com as demissões excessivas de treinadores no futebol brasileiro?

Sim, é necessário agir rápido quando o time cai de rendimento
Não, dificulta para qualquer trabalho funcionar de forma efetiva

123 PESSOAS JÁ VOTARAM

No que envolve outro estrangeiro, o português Paulo Sousa, a “dança das cadeiras” ganha um fator inusitado: um efeito dominó. O europeu foi demitido do Flamengo, que buscou Dorival Júnior para o seu lugar; Dorival estava no Ceará que, com a perda do seu treinador, foi atrás de Marquinhos Santos, demitido do América pouco tempo antes. O Coelho, por sua vez, fechou com Vágner Mancini.

Nas equipes do Centro-Oeste, as mudanças de comando técnico também foram impactantes. O Cuiabá começou a competição com Pintado como treinador, mas demitiu-o ainda na 5ª rodada, e fechou com o português António Oliveira.

A dupla goiana também participou da “dança das cadeiras”: o Goiás começou o torneio com o interino Glauber Ramos no comando, pouco após demitir o recém-chegado Bruno Pivetti, e anunciou a chegada de Jair Ventura poucos dias após a estreia na Série A. Já o Atlético-GO iniciou o torneio com Umberto Louzer, mas o demitiu para seguir com Jorginho.

Louzer, inclusive, protagonizou a mudança final de comando desta lista: foi para o Juventude, na vaga que antes era de Eduardo Baptista.

Ao todo, 11 dos 20 times do Brasileirão já trocaram de técnico ao menos uma vez desde o início da competição neste ano. Apenas Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Red Bull Bragantino, Botafogo, Coritiba, Atlético-MG, Fortaleza e Avaí seguem com os mesmos comandantes na equipe desde a primeira rodada – destes, três trocaram de treinador em 2022, mas antes de o Campeonato Brasileiro começar.

Confira todas as mudanças de treinador no Brasileirão em 2022:

América (1): Marquinhos Santos -> Vágner Mancini
Athletico-PR (2): Alberto Valentim -> Fábio Carille; Fábio Carille -> Luiz Felipe Scolari
Atlético-GO (1): Umberto Louzer -> Jorginho
Ceará (1): Dorival Júnior -> Marquinhos Santos
Cuiabá (1): Pintado -> Antônio Oliveira
Flamengo (1): Paulo Sousa -> Dorival Júnior
Fluminense (1): Abel Braga -> Fernando Diniz
Goiás (1): Glauber Ramos (interino) -> Jair Ventura
Internacional (1): Cacique Medina -> Mano Menezes
Juventude (1): Eduardo Baptista -> Umberto Louzer
Santos (1): Fabián Bustos -> Marcelo Fernandes (interino)

Mudanças de treinador feitas antes de o Brasileirão começar, mas em 2022:

Atlético-GO (1): Marcelo Cabo -> Umberto Louzer
Avaí (1): Claudinei Oliveira -> Eduardo Barroca
Botafogo (2): Enderson Moreira -> Lúcio Flávio (interino); Lúcio Flávio (interino) -> Luís Castro
Corinthians (1): Sylvinho -> Vítor Pereira
Cuiabá (1): Eduardo Oliveira (interino) -> Pintado
Goiás (2): Glauber Ramos -> Bruno Pivetti; Bruno Pivetti -> Glauber Ramos
Santos (1): Fábio Carille -> Fabián Bustos