Dentro de campo o Cruzeiro vive um momento complicado. Sem conseguir o acesso para a Primeira Divisão pelo segundo ano consecutivo, a Raposa precisa de, pelo menos, um ponto para tirar qualquer chance de ser rebaixado para a Série C do Campeonato Brasileiro. Para isso, conta com o apoio da torcida. Entretanto, o clube pode ser obrigado a jogar com portões fechados em virtude de uma punição por prática de racismo da torcida.

Sérgio Santos Rodrigues, presidente do Cruzeiro
© Gustavo Aleixo/CruzeiroSérgio Santos Rodrigues, presidente do Cruzeiro

O episódio aconteceu no dia 28de outubro, na partida contra o Remo. O atacante Jefferson estava comemorando o segundo gol dos paraenses quando um torcedor o chamou de “macaco”. A partida terminou 3 a 1 para o Remo. O vídeo do ataque racista foi compartilhado nas redes sociais da torcida do Remo e viralizou. O clube paraense, então, resolveu entrar com um ato de infração no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

O tribunal, então, resolveu denunciar o Cruzeiro por racismo. O julgamento, que irá ocorrer na próxima terça-feira (23), pode condenar o clube a uma série de punições, como multa (de R$100 a R$100 mil); suspensão de 120 a 360 dias e jogos com portões fechados e sem ingressos para partidas em que o clube for visitante. O Cruzeiro se manifestou por nota oficial no site.

Presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues (Divulgação/Cruzeiro)

“Uma mísera fagulha de racismo basta para que qualquer um lute contra. Inclusive, mesmo sendo um fato isolado, sem participação do Cruzeiro, vale lembrar, ainda tentamos, em ação prática, identificar com a Arena Independência quem teria agido nesse sentido”, diz trecho da nota.

No final, o Cruzeiro diz que buscou diálogo com a diretoria do Remo, o que foi negado. “Mais do que isso, a gestão do Cruzeiro, na figura de seu presidente Sérgio Santos Rodrigues, tão logo tomou conhecimento da situação, fez questão de imediatamente contatar o presidente do Clube do Remo, no sentido de oferecer toda a estrutura possível para que, juntos, déssemos um exemplo de ação contra o racismo. O presidente do clube paraense, no entanto, sequer respondeu ao Cruzeiro, tendo optado por apresentar uma notícia de infração ao STJD, preferindo transformar uma oportunidade de discussão crucial ao desenvolvimento e evolução da nossa sociedade em uma tentativa de prejuízo desportivo a um adversário. Confiamos na Justiça Desportiva e temos convicção de que lá os fatos serão devidamente esclarecidos”, finalizou.

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