Passando pelo momento mais difícil da história, o Cruzeiro segue acumulando problemas financeiros. Divulgado nesta quarta-feira (20), o balanço financeiro de 2019 surpreendeu torcedores e imprensa. De acordo com o documento disponibilizado na seção Portal da Transparência no site do clube, o déficit no ano passado foi de R$ 394,1 milhões, cinco vezes maior ao prejuízo registrado em 2018, quando o clube mineiro registrou uma perda de R$ 73,8 milhões.
A dívida acumulada da Raposa é de R$ 803.486.208 milhões. A receita do clube caiu em relação ao ano passado, registrando o valor de R$ 280.799.767 contra R$ 329.118.994 em 2018. Os prejuízos e despesas com o clubes sociais, futebol e esportes amadores saltaram de R$ 327.262.691 no balanço anterior para R$ 477.230.065. Aumento de pouco mais de R$ 150 milhões.
Em relação à ROB (receita operacional bruta), o Cruzeiro registrou uma baixa em quase todos os quesitos de 2018 para 2019: queda de R$ 190,7 milhões para R$ 105,7 milhões (publicidade e transmissões de TV), redução de R$ 32,5 milhões para R$ 18,1milhões (patrocínios/royalties), diminuição de R$ 23,9 milhões para R$ 18,3milhões (bilheteria), de retração de R$ 23,1 milhões para R$ 14,1milhões (sócio-torcedor).
Apenas uma categoria registrou superávit em comparação às duas temporadas: um ganho de R$ 108 milhões em direitos econômicos, sendo assim mais de R$ 73 milhões para o mercado interno e mais de R$ 34 milhões para o externo. A comparação foi feita com os valores de 2018, que chegaram a R$ 46 milhões.
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Empréstimos, salários e obrigações trabalhistas também tiveram um crescimento considerável. Os empréstimos chegaram aos R$ 65,6 milhões contra R$ 51,3 milhões em 2018. As obrigações trabalhistas dobraram de R$ 30,4 milhões para R$ 62,6 milhões. Os salários também chamaram atenção, isso porque em 2018, o valor foi de R$ 26,5 milhões, que quase dobrou no ano seguinte com R$ 50,4 milhões.
Um fato curioso foi o aumento dos Déficits nos últimos anos. Em 2015, déficit de 25,8 milhões, em 2016, déficit de 29,3 milhões, em 2017 (único ano em que o valor registrou queda), déficit de 27,2 milhões, em 2018, déficit de 73,8 milhões, e por fim, em 2019, déficit de 394 milhões.
Enquanto isso, a Moore, empresa de auditoria contratada, fez diversas considerações dos gastos divulgados. A empresa citou a readequação salarial no clube e até pandemia da Covid-19. A Moore também declarou que há ressalvas, isso porque os R$ 27 milhões apresentados como gastos de formação de atletas não apresentaram nenhuma “evidência suficiente e apropriada”. A empresta também falou queos R$ 32,9 milhões relativos à amortização de valores de atletas profissionais, referente a exercícios anteriores, deveriam ser corrigidos por “representação retrospectiva”.