O Cruzeiro está vivendo o pior momento de sua história. Depois de ser rebaixado para a Série B, acabou não conseguindo o retorno para a Primeira Divisão logo no ano seguinte. Em 2021, disputa a divisão pelo segundo ano consecutivo e não tem conseguido se aproximar da zona de classificação para a elite do futebol nacional.

Deivid falou sobre a atual situação do Cruzeiro e disse que "o buraco é muito fundo" (Foto: Mauro Horita/AGIF)
Deivid falou sobre a atual situação do Cruzeiro e disse que "o buraco é muito fundo" (Foto: Mauro Horita/AGIF)

Nesta segunda-feira (20), o ex-jogador e também ex-diretor de futebol da Raposa, Deivid, falou ao canal “Tática Didática” e comentou sobre alguns aspectos que levaram o clube mineiro ao atual momento. O próprio denominou a fase como um “buraco muito fundo” e, assim como outros já disseram, explicou que o clube precisa colocar os pés no chão para se reerguer.

De dez anos para cá, o clube abriu mão do seu legado, da sua escola, da sua cultura, para ganhar dois Brasileiros e duas Copas do Brasil. E isso culminou em dever R$ 1 bilhão. Então, é aquela gestão que chamamos de irresponsável, vai trazendo e outro paga a conta. E uma hora a conta chega, e chegou. O torcedor ainda não caiu na realidade que o clube deve um bilhão, que o clube tem muitas ações na Fifa e que vão chegar ainda muitas ações na Fifa. Então, tem que pagar a Fifa, acordos, ter o salário em dia e montar time. Quando eu estava lá, a ideia era, junto com o presidente, consertar a parte financeira do clube, montar um time competitivo sem loucuras para subir e ir pagando as contas. É muito difícil fazer uma gestão em que você tem que fazer muitos acordos, cumprir esses acordos, chegando ação de Fifa e se virar da noite para o dia para arranjar R$ 8 milhões, ter que pagar salário, montar time, o resultado não vem e consertar contrato que foi feito errado”, relatou Deivid, que ainda completou:

Deivid foi ex-jogador e ex-diretor de futebol do Cruzeiro (Foto: Thomas Santos/AGIF)

“O torcedor não sabe um terço disso, e aí vem a cobrança. E alguns cruzeirenses, ao invés de colocar o clube para cima, batem mais. E aí tumultua mais o clube. E é muito difícil fazer uma gestão assim. E o Sérgio é muito corajoso, ele tem peito de pegar um clube na situação que está e tentar resolver e tomando pancada de todos os lados. O torcedor não entende e tem a rivalidade entre o Atlético-MG e Cruzeiro, e o outro lado está bem demais e os cruzeirenses acham que também tem que ganhar. Mas, tem que olhar para casa, primeiro tem que ajeitar dentro de casa para depois olhar para o vizinho. Ali é muito trabalho. Se não colocar os pés no chão e ter consciência de que o buraco é muito fundo, a tendência é só piorar.”

Questionado se ainda há tempo para uma recuperação em busca de estar entre os quatro primeiros colocados da atual temporada da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, o ex-jogador diz saber da dificuldade que o Cruzeiro apresentou até o momento. Mas, ainda de acordo com ele, restando 13 rodadas e com um técnico como Vanderlei Luxemburgo, que é vitorioso e estrategista, ainda há motivos para o torcedor acreditar.