O Botafogo está bem próximo de oficializar a contratação de Luís Castro, como treinador. No último sábado, 19, o clube teria recebido uma resposta positiva do português após uma reunião virtual. O treinador deve assinar contrato e ser anunciado que comandar o Al-Duhail contra o Qatar SC, pela Liga do Catar, nesta segunda-feira,21. Antes de aceitar a proposta do Alvinegro Carioca, Luís Castro, era nome forte para assumir o Corinthians que via o português com o perfil ideal para ocupar a vaga deixada por Sylvinho.

Foto: Aleksandr Gusev/Pacific Press/LightRocket via Getty Images | O auge da carreira de Luís Castro foi no Shakhtar Donetsk
Foto: Aleksandr Gusev/Pacific Press/LightRocket via Getty Images | O auge da carreira de Luís Castro foi no Shakhtar Donetsk

Para oficializar o novo treinador, o Botafogo terá que desembolsar 1,2 milhão de euros, cerca de R$ 7 milhões na cotação atual de multa rescisória. Além disso foi oferecido um valor anual de 3,5 milhões de euros, que corresponde a R$ 20 milhões e, mensalmente, o repasse a Luís Castro e seus colegas deve extrapolar R$ 1,7 milhão, de acordo com informações do GE. Mas quem é Luís Castro e por que ele despertou tanto interesse do Glorioso?

Luís Castro nasceu em 1961 na cidade de Vila Real, no norte de Portugal, filho de uma professora e um militar, com fortes ideais políticos que o acompanham desde a adolescência, época em que discutia o tema com o pai e frequentava comícios de partidos de esquerda na principalmente nos anos seguintes à Revolução dos Cravos, que em 1974 havia derrubado uma ditadura em Portugal.

Como atleta foi um lateral direito sendo revelado no União de Leiria, em 1980, e acabou passando boa parte da carreira longe da elite do futebol português e também não chegou a atuar pela seleção portuguesa e vindo a se aposentar em 1997. Se tornou técnico no ano seguinte começando por baixo, porém com resultados mais expressivos, e ganhou respeito após uma longa passagem pelo Porto.

Foto: Simon Holmes/NurPhoto via Getty Images | Luís Castro atualmente treina o Al-Duhail, do Catar

Mas antes de chegar ao Porto, ele estreou como treinador em 1998 no Águeda, time amador que só treinava a noite. O técnico passou a se sentir incomodado com o tempo livre durante o dia o que o levou a pedir um segundo emprego ao presidente e passou a complementar a renda com 300 euros por mês, vendendo embalagens, função que fez tanto sucesso que por pouco não fez Luís Castro desistir da carreira no futebol.

Luís Castro fez um grande trabalho na base do Porto, foi o próprio Dragão que foi alavancado para o profissional, com o time B conquistou o título da segunda divisão portuguesa. Além disso, ajudou a revelar, por exemplo, o lateral Diogo Dalot (do Manchester United), o volante Rubén Neves (Wolverhampton) e o atacante André Silva (RB Leipzig), todos na seleção portuguesa hoje.

Foto: David Martins/SOPA Images/LightRocket via Getty Images | Luís Castro trabalhou com vendendo embalagens no inicio da carreira como treinador

Em 2017 treinou Grupo Desportivo de Chaves, partindo na temporada seguinte para o Vitória Sport Clube, ambos sem alcançar grandes conquistas. Porém na temporada 2019/2020 o técnico alcançaria o auge da sua carreira ao comandar o Shakhtar Donetsk, no futebol ucraniano. No clube em que comandou Dentinho e Maycon, ex-jogadores do Corinthians, o técnico conquistou na temporada 2019/2020, a Liga Ucraniana e ainda disputou a semifinal da Liga Europa, sendo derrotado pela Inter de Milão na ocasião. Em maio o treinador deixou o Shakhtar Donetsk, e assumiu o Al-Duhail, do Catar. Até o momento o comande já conquistou 13 vitórias em 19 partidas, com aproveitamento de 68%, o que levou o time a ocupar atualmente o segundo lugar do campeonato nacional.

Em seu estilo de jogo, o treinador costuma valorizar a posse de bola, tornando comum que suas equipes concluam uma partida com cerca de 60% de posse de bola. O esquema adotado pelo treinador é o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1, com linhas altas levando a equipe a se expor um pouco mais a contra-ataques. Além disso, tem no volante o seu jogador chave. “O volante é determinante, é um farol. Quando a equipe está perdida ou em apuros, tem que procurá-lo. Ele é quem equilibra, quem faz rupturas, quem dá apoio ao triângulo [no meio-campo]… é tudo. Tem que ser um jogador muito cerebral.” disse Luís Castro, em entrevista ao Footure.