Conseguir um grande feito em uma competição é algo bastante relativo. Geralmente, quando se fala em um bom desempenho dentro de um torneio, imagina-se um título ou uma qualificação entre os primeiros colocados da tabela, mas nem sempre é assim. Em outra perspectiva, uma permanência na elite também pode ser vista como um trabalho de sucesso.
Nesse ponto de vista, o Rio Branco, do Paraná, apresentou uma situação bastante surpreendente e inusitada. Antes fadada ao rebaixamento, a equipe conseguiu uma sequência forte de bons resultados e conquistou, nos últimos momentos, permanecer na primeira divisão do Estadual – e, de quebra, protagonizou a situação de rebaixamento de um Clube tradicional.
Foram três vitórias nos últimos quatro jogos pelo Campeonato Paranaense, com pontuação suficiente para livrar o Rio Branco do descenso. E o trabalho, orquestrado pelo técnico Paulo Massaro, salvou a equipe Alvirrubra de uma consequência pior. A competição terminou com o União e com o tradicional Paraná Clube rebaixados.
Foram 11 rodadas no Paranaense. Nas quatro rodadas finais, os triunfos sobre Azuriz (2 a 0, em caso), Londrina (2 a 1, em casa) e Paraná Clube (4 a 0, em casa) garantiram o time treinado por Massaro na elite do Estadual. Nas sete anteriores, as seis primeiras rodadas foram sem o técnico Massaro no comando, apenas uma vitória e outras cinco derrotas. O aproveitamento do time aumentou bastante a partir da chegada do novo técnico.
Ele ficou à frente da equipe por 23 dias e, neste período, tiveram um aproveitamento de 75%, com 9 gols pró (2,25 por jogo) e apenas 3 gols sofridos (0,75 por jogo). Antes da chegada do Paulo Massaro, o aproveitamento do Rio Branco nas 7 primeiras partidas era de 14,2%, com 5 gols pró (0,71 por jogo) e 16 gols contra (2,28 por jogo).
Além do desempenho e dos números, Massaro destaca a diferença no ambiente diário do Clube, com outros integrantes e dirigentes exercendo, inclusive, outras funções e trabalhos fora do futebol.
“A maior dificuldade que encontrei no início foi o extra-campo. Por parte da diretoria, todos têm um outro trabalho, então o Rio Branco sempre acaba ficando em segundo plano. Eu fiquei muito sozinho, não tive o apoio e a presença da diretoria. Acabei fazendo as coisas sozinho e, querendo ou não, isso tem um peso muito grande”, destaca o treinador.
Acabado o campeonato para o Rio Branco e com o sentimento de dever cumprido, Paulo Massaro vai tirar um tempo para cuidar da saúde mental e também aproveitar para finalizar o curso da Licença A de treinadores da CBF Academy.
“Sentimento de dever cumprido e de muito alívio também, foram mais de 20 dias de dedicação praticamente 24h, tive um desgaste mental e emocional muito grande, por tudo o que envolvia. Agora é dar uma acalmada um pouco, cuidar da saúde, preciso finalizar o curso da Licença A da CBF Academy e estou indo para o Rio de Janeiro para finalizar as cinco aulas que faltam”, revela Massaro, que pensa em uma qualificação ainda maior.
Após o feito no Paraná, o treinador olha para o futuro. Na visão de Massaro, o cenário no futebol nacional pode permitir que ele alcance voos ainda mais altos.
“Tenho algumas pretensões, meu desejo é estar figurando no cenário nacional do Campeonato Brasileiro, vou aguardar algumas situações que possam vir a aparecer e de algum projeto que possa me preencher, suprir as minhas expectativas e o meu planejamento. Quero um trabalho a longo prazo, onde possa realmente desenvolver o meu trabalho em um Clube e gerar identificação”, projeta Massaro.
