Na última segunda-feira (29), o Conselho Deliberativo do Coritiba reprovou, por maioria, as contas de 2020 do ex-presidente Samir Namur. De 144 conselheiros no total, 114 votaram contra a aprovação do balancete financeiro do último ano de mandato do ex-mandatário, que foi sucedido por Renato Follador.

Foto: Divulgação/Site Oficial Coritiba
Foto: Divulgação/Site Oficial Coritiba

Antes mesmo da pandemia, o Coritiba previa um orçamento na casa dos R$ 100 milhões para 2020. As contas reprovadas apontaram déficit de R$ 22 milhões. Pelo estatuto do clube, todos os membros do Conselho Administrativo da última gestão ficam inelegíveis pelos próximos cinco anos. São eles: Namur, os vices Jorge Durão, Paulo Baggio, Eduardo Bastos e Aníbal Mesquita.

É esperado que o Conselho Deliberativo crie uma comissão para apurar qual a responsabilidade de Namur nas contas reprovadas, assim como seus dois antecessores, Rogério Bacellar e Vilson Ribeiro de Andrade. Ambos também tiveram as contas reprovadas, porém foram inocentados nas comissões posteriores criadas pelo Conselho do clube.

Marca própria, a 1909, não se mostrou econômica na prática – dívida de mais de R$ 300 mil (Foto: Divulgação/Site oficial Coritiba)

Em contato com o portal UmDoisEsportes, Samir se defendeu da reprovação. Segundo o ex-presidente do Coxa, tudo não passa de manobra política interna.“A reprovação foi 100% política. Eu quero ver um clube com déficit menor que o Coritiba na pandemia. Talvez Flamengo e Palmeiras após os títulos. Só com receita de bilheteira que o Coritiba perdeu já dariam esses R$ 22 milhões. Nós tivemos que negociar um contrato com a Globo durante a pandemia. Só aí perdemos as luvas. Eu pergunto aos conselheiros que reprovaram as contas: qual empresa deu lucro em 2020?”,questionou.

Rogério Scarione, colunista do Coxa no BolaVip, apontou várias incoerências de Samir em seu discurso. A marca própria, a 1909, deu um prejuízo superior a R$ 300 mil ao clube, além de ter supostamente mentido sobre o Coritiba estar em dia com o Profut.

“Samir mentiu quando disse que estava em dia com o Profut. Clube atrasou apenasnove parcelas, em 2020. Gestão escondeu o fato de ter a pior avaliação do Fair Play Financeiro, em 2019, ao não informar ao Conselho Fiscal auditoria externa”, apontou o jornalista, que cobre os bastidores no Couto Pereira.