Atualmente o clube vem optando por contratações de atletas de fora
Os tradicionais “Moleques de Xerém”, que há anos são motivo de orgulho para a torcida do Fluminense, vêm perdendo espaço na temporada atual.

Reconhecida por revelar talentos que se destacaram no time principal nos últimos anos, a base tricolor tem tido participação tímida em 2025, levantando preocupações quanto à continuidade desse trabalho.
Quem joga atualmente?
Atualmente, apenas dois atletas formados nas categorias de base do clube figuram entre os 20 jogadores com maior tempo de jogo na temporada: Martinelli e Thiago Silva. Riquelme, também revelado em Xerém, aparece apenas na 22ª posição, fora do grupo com mais minutagem no elenco profissional.
O cenário marca uma quebra de uma tendência positiva dos últimos anos. Desde 2019, ao menos três jovens promovidos da base estavam entre os 20 que mais atuavam pelo clube. Em 2021, por exemplo, sete jogadores oriundos de Xerém estavam entre os principais nomes em campo na equipe principal.
A temporada de 2025 ainda reserva pelo menos 29 partidas para o Fluminense, o que pode alterar esse quadro. No entanto, considerando o panorama atual e os números comparativos com anos anteriores, o uso da base nesta temporada já é, até aqui, o mais baixo em muito tempo.
Confira o ranking de atletas com mais minutos no time carioca
Entre os nomes que lideram o ranking de minutagem do clube em 2025 estão Fábio (3510 minutos), Arias (3118), Freytes (2835), Martinelli (2600) e Ignácio (2260). Desses, apenas Martinelli é considerado uma “cria de Xerém”, o que evidencia o distanciamento da base em relação ao time titular.
As lesões são um dos fatores que explicam essa baixa participação. Riquelme e Isaque, que figuravam entre os jovens com mais oportunidades no elenco, enfrentaram problemas físicos sérios e passaram cerca de dois meses afastados por conta de lesões no joelho.
Além dos problemas médicos, a troca no comando técnico também impactou diretamente as oportunidades para os jovens. Com a chegada de Renato Gaúcho e o foco do clube no Mundial de Clubes, o espaço para testes e rodagem de atletas formados em Xerém ficou ainda mais restrito.
Outro obstáculo é a forte concorrência no elenco. Com a presença de jogadores mais experientes e contratações para posições-chave, muitos jovens acabam sendo preteridos, mesmo demonstrando potencial. O desafio, agora, será reverter esse quadro e retomar a valorização de um dos maiores patrimônios do clube: sua base.