A escolha de Wilton Pereira Sampaio para apitar Flamengo x Palmeiras, neste domingo (19), no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, foi considerada “óbvia” pela Comissão de Arbitragem da CBF.

O goiano de 43 anos, árbitro de Copa do Mundo, está no grupo de elite da entidade e participou da recente concentração da arbitragem na Granja Comary, em Teresópolis, onde os juízes passaram por uma semana de treinamentos físicos, teóricos e psicológicos.
Para a CBF, o duelo entre os dois primeiros colocados do Brasileirão exigia o máximo de experiência. “A ideia foi trazer alguém com rodagem, que entenda o peso do jogo e mantenha o controle sob pressão”, afirmou uma fonte da entidade.
Wilton, que também apitou Fortaleza x Vasco no meio de semana, descreveu sua rotina intensa de preparação em entrevista ao UOL: “Eu tenho a minha rotina diária de treinamento, de estudo. É uma alimentação balanceada, todo um trabalho de preparação física, técnica e teórica, para quando a gente for exigido no campo de jogo, corresponder às orientações que a comissão e a CBF nos pedem”, explicou.
A Comissão de Arbitragem, liderada por Wilson Seneme, entende que as imersões periódicas, realizadas cinco vezes neste ano, sempre em Data Fifa, são essenciais para aperfeiçoar o grupo, mesmo que o tempo de prática ainda seja curto. “Não sei se é imersão, acho pouco, são só dois dias de treinamento. Mas necessário”, avaliou o ex-árbitro Sálvio Spínola, em entrevista ao UOL.
Protestos e pressão fora de campo
A escolha de Wilton, no entanto, não foi recebida com tranquilidade. Na véspera do confronto, torcedores do Flamengo protestaram em frente à sede da CBF, no Rio de Janeiro, alegando que a designação do árbitro seria uma “manobra para beneficiar o Palmeiras”.
Faixas e cartazes foram exibidos nas imediações da entidade, com mensagens de desconfiança em relação à arbitragem. A mobilização ocorreu após uma sequência de lances polêmicos envolvendo o Verdão, especialmente o pênalti não marcado para o São Paulo, há duas semanas, no clássico que terminou em virada palmeirense e liderança no campeonato.
Nos bastidores, a CBF se mantém em silêncio oficial, mas internamente trata a situação como mais um teste para o grupo que vem tentando se blindar das críticas.