Luto na Gávea

Nesta segunda-feira (5), aos 68 anos, morreu Adílio, um dos maiores ídolos do Flamengo. O craque lutava contra um câncer no pâncreas e estava internado em um hospital na Freguesia de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Seu quadro de saúde piorou na semana passada, e ele infelizmente não resistiu ao avanço da doença.

“Um anjo rubro-negro que voa rumo à eternidade. As asas de um moleque sonhador o fizeram superar qualquer muro. Os campos da Gávea construíram amizades angelicais. Seus pés pareciam flutuar com a bola nos pés e foi assim que Adílio conquistou o mundo vestindo o Manto Sagrado. Seu sorriso, sua generosidade e sua bondade encantaram a quem o conheceu. O símbolo máximo do rubro-negrismo expresso no abraço infinito: comemorar gol de título com os braços rumo aos céus, dando jeito para cabermos milhões de nós na catarse de euforia, amor e paixão. Seus gols, dribles e comemorações marcaram para sempre a história do Mais Querido. Todo rubro-negro tem o privilégio de poder reverenciar o “Brown” como integrante da prateleira mais alta do nosso panteão. Hoje, nos despedimos do nosso Camisa 8, mas para nossa sorte, assim como o traçado do número eternizado, Adílio é infinito”, postou o Flamengo em sua rede social X (antigo Twitter).

Adílio faleceu nesta segunda-feira (5), aos 68 anos. Foto: Reprodução X.
Adílio faleceu nesta segunda-feira (5), aos 68 anos. Foto: Reprodução X.
Foto: Reprodução X (Flamengo).

Números do craque pelo Flamengo

Adílio, foi o terceiro jogador que mais vestiu a camisa rubro-negra na história, com 615 partidas. Jogando como meia, ele estreou nos profissionais do Flamengo em 27 de abril de 1975, quando tinha apenas 18 anos.

O “Brown”, como era chamado por seus companheiros por causa da adoração ao cantor americano James Brown, atuou pelo Flamengo até 1987 e marcou 129 gols, tornando-se o 14º maior artilheiro do clube.

O craque formou com Zico e Andrade o melhor meio-campo da história do Flamengo. A qualidade de passe, capacidade de controlar a velocidade do jogo, reter a posse de bola e iniciar os ataques da equipe fizeram dele um dos grandes jogadores da época no país, tanto que chegou a seleção brasileira nos anos 80.

Com a camisa rubro-negra, ele conquistou cinco Cariocas, três Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial de Clubes. Ele marcou gol na finais: do Mundial, contra o Liverpool, do Brasileiro de 1983, diante do Santos, e no Carioca de 1981, contra o Vasco. Em 2019, o Flamengo homenageou o ídolo com um busto, esculpido pelo artista Eduardo Santos, em sua sede na Gávea.

Outro gol muito marcante de Adílio foi o que garantiu o pentacampeonato da Taça Guanabara, em 1982. Aos 45 minutos do segundo tempo, ele chutou por baixo do goleiro vascaíno Mazaropi e saiu comemorando a vitória por 1 a 0.

Vai deixar saudades

Além do Mengo, Adílio jogou também por Coritiba, Barcelona de Guayaquil (Equador), Alianza Lima (Peru) e, no fim da carreira, por clubes do interior do Rio de Janeiro, como América de Três Rios, Friburguense e Barreira.

Depois de encerrar a carreira nos gramados, o ex-meia também fez sucesso como jogador de futsal, atuando como ala-pivô, no qual foi campeão do Mundial de Futsal pelo Brasil em 1989.

Ele também trabalhou como treinador em equipes de base do Flamengo e foi tricampeão carioca sub-20 em 2005, 2006 e 2007. O ídolo nunca se desligou do clube do coração e nos últimos anos era o líder do Fla Master, time de ex-jogadores do clube que faz partidas por todo o país.