O Flamengo não pretende desistir de Samuel Lino e entende que o investimento feito no atacante exige paciência e contexto. Contratação mais cara da história rubro-negra, o jogador chegou após uma temporada intensa no Atlético de Madrid e praticamente sem período de descanso, o que impactou diretamente sua adaptação física e mental.
Desde a estreia, Samuel Lino esteve em campo em 31 das últimas 33 partidas, sendo 25 como titular. A cobrança foi imediata, e as oscilações naturais acabaram amplificadas pela expectativa criada em torno dos cerca de 25 milhões de euros investidos. Ainda assim, internamente, o clube vê comprometimento tático e disciplina coletiva como pontos positivos.
Há também uma mudança estrutural pouco debatida. Lino saiu de uma função mais defensiva e reativa sob o comando de Diego Simeone para atuar aberto, como ponta, no jogo de posição implantado por Filipe Luís. Essa transição exige tempo, leitura e confiança.
Mudança de função pesa no desempenho
No Flamengo, Samuel Lino recebe aberto pela esquerda e, quase sempre, enfrenta marcações duplas ou até triplas. O lateral fecha o fundo, o volante protege o corredor interno e o zagueiro faz a sobra. Mesmo assim, o atacante continua criando, chegando à área e participando do jogo ofensivo.
A fase, porém, não ajudou. Foram chances claras desperdiçadas, gols anulados por impedimentos milimétricos e a fama de “rei do quase”. Ainda assim, foi dele o gol contra o Ceará que confirmou o título do Brasileirão Betano, prova de que qualidade técnica não é o problema.
A avaliação interna é clara: vale insistir. O clube entende que abrir mão de Samuel Lino agora seria precipitado e contrário ao planejamento esportivo traçado para 2026.
Cebolinha segue sendo peça importante
Se a aposta em Samuel Lino é mantida, o mesmo vale para Everton Cebolinha. Apesar das lesões e da pressão por também ter custado caro ao clube, o atacante foi decisivo na reta final da temporada, contribuindo em jogos grandes e mostrando capacidade de segurar a bola no ataque.
Na final da Libertadores, por exemplo, Cebolinha foi fundamental ao desafogar o time, aplicar dribles importantes e quase marcar em cobrança de falta que parou na trave. Para a comissão técnica, abrir mão de um jogador com esse perfil seria um risco desnecessário.
Caso o Flamengo precise aliviar a folha salarial, o entendimento é de que Michael surge como opção mais lógica de saída. Samuel Lino e Cebolinha, juntos, formam um leque qualificado para o lado esquerdo rubro-negro em 2026.