O nome do Flamengo apareceu no centro de uma disputa judicial envolvendo Dudu e a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Em petição enviada à Justiça, o atacante citou o caso de Bruno Henrique para questionar a atuação do STJD. A defesa do jogador aponta tratamento desigual e levanta dúvidas sobre a imparcialidade do tribunal esportivo. O episódio ganhou força nos bastidores do futebol brasileiro.

SP – BRAGANCA PAULISTA – 16/11/2025 – BRASILEIRO A 2025, BRAGANTINO X ATLETICO-MG – DUDU jogador do Atletico-MG lamenta durante partida contra o Bragantino no estadio Cicero De Souza Marques pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Joisel Amaral/AGIF
© Joisel AmaralSP – BRAGANCA PAULISTA – 16/11/2025 – BRASILEIRO A 2025, BRAGANTINO X ATLETICO-MG – DUDU jogador do Atletico-MG lamenta durante partida contra o Bragantino no estadio Cicero De Souza Marques pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Joisel Amaral/AGIF

Na argumentação apresentada, os advogados de Dudu mencionam a liberação de Bruno Henrique, do Flamengo, após investigação por suposta manipulação de cartão amarelo em 2023. O atacante rubro-negro acabou liberado para atuar, enquanto Dudu recebeu seis jogos de suspensão por ofensas à dirigente palmeirense. Para a defesa, o contraste expõe fragilidades institucionais do STJD.

O documento afirma que o tribunal não garante o distanciamento necessário para julgamentos justos, sobretudo quando há personagens de grande exposição midiática. Segundo o texto, a estrutura do STJD seria sensível a pressões externas e políticas. A citação ao Flamengo surge como exemplo direto dessa alegada incoerência decisória.

Questionamento direto ao STJD

Dudu também sustenta que o julgamento esportivo foi precipitado e contaminado por pré-julgamento. A defesa afirma que não houve dolo nem misoginia reconhecida pela Justiça comum em processo anterior. Mesmo assim, o atleta acabou punido na esfera esportiva, o que reforçaria a tese de interferência externa. O caso ganhou novos contornos fora das quatro linhas.

No processo, Dudu pede a rejeição de uma ação de indenização movida por Leila Pereira no valor de R$ 500 mil. Além disso, solicita que a dirigente seja condenada ao mesmo montante e faça uma retratação pública no Allianz Parque. O atacante alega danos morais, profissionais e prejuízo à sua imagem pública. A disputa judicial segue em aberto.

SP – SAO PAULO – 06/11/2025 – BRASILEIRO A 2025, PALMEIRAS X SANTOS – leila pereira presidente do Palmeiras durante partida contra o Santos no estadio Arena Allianz Parque pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Do outro lado, Leila Pereira rebate as acusações e defende a legitimidade da decisão do STJD. A presidente afirma que o tribunal destacou a gravidade das ofensas e o propósito do jogador de causar dano. Para ela, Dudu tenta descredibilizar o julgamento esportivo por falta de argumentos jurídicos consistentes.

Caso segue repercutindo nos bastidores

A polêmica ganhou ainda mais repercussão após a Justiça rejeitar a participação da União Brasileira de Mulheres como amicus curiae no processo. O embate entre Dudu e Leila já se arrasta há quase um ano e segue longe de um desfecho. O Flamengo, citado indiretamente, acabou inserido em um debate maior sobre critérios, punições e credibilidade da Justiça Desportiva.

Nos bastidores, dirigentes veem o caso como um divisor de águas na relação entre atletas, clubes e tribunais esportivos. A comparação feita com o Flamengo amplia a discussão e coloca o STJD sob pressão pública. O tema promete novos capítulos e repercussão prolongada no cenário do futebol nacional.